Estudo diz que menos da metade dos doentes da covid-19 na Europa teve febre
Um estudo realizado pelo Journal of Internal Medicine aponta que as dores de cabeça e a perda do olfato foram os sintomas mais frequentes entre os pacientes vítimas da covid-19 na Europa. A pesquisa também conclui que, ao contrário do que havia sido dito no início da epidemia, a presença de febre foi constatada em menos da metade dos doentes.
Os cientistas avaliaram mais de 1400 pacientes que tiveram a contaminação pela covid-19 confirmada após um teste e que desenvolveram uma forma menos severa da doença.
Cerca de 70% registraram dores de cabeça e perda do olfato. Outros sintomas frequentes assinalados foram o nariz entupido (67,8% dos pacientes), tosse (63,2%), dores musculares (62,5%), coriza (60,1%) e perda do paladar (54,2%).
Essa primeira pesquisa epidemiológica sobre pacientes europeus que manifestaram uma forma menos severa da covid-19 foi lançada pela Federação Internacional das Sociedades de Otorrinolaringologia (IFOS na sigla em inglês).
O objetivo principal do estudo, focado em pacientes na França, Bélgica, Itália, Espanha e Suíça, era avaliar a frequência de perda de olfato (anosmia) e de paladar (ageusia).
No entanto, a pesquisa também chama a atenção para o baixo número de pacientes que registraram febre entre os participantes do estudo. Segundo os dados recolhidos, menos da metade dos doentes testados positivo (45,4%) tiveram a alta de temperatura entre os sintomas.
Febre é mais frequente entre mais idosos
O resultado pode ter um impacto nas medidas aplicadas para a identificação de casos suspeitos, já que desde o início da pandemia a presença de febre vinha sendo apontada como um dos principais sintomas entre os doentes.
Várias empresas adotaram a medição da temperatura como critério para autorizar a entrada de seus funcionários no local de trabalho. A companhia aérea Air France não permite que passageiros que registrem mais de 38° entrem em suas aeronaves.
O estudo também confirmou que os sintomas variam de acordo com o sexo ou a idade dos pacientes. Enquanto os mais idosos apresentaram febre, cansaço extremo e perda de apetite, os mais jovens registraram mais problemas nasais e de garganta, além de dores de ouvido.
A anosmia, acompanhada de dores de cabeça, obstrução nasal e fadiga, também foram mais prevalentes em pacientes do sexo feminino.
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