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Covid-19: uso de máscara pode evitar 130.000 mortes nos EUA, diz estudo

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Imagem: iStock

23/10/2020 15h38

O número de vítimas da epidemia de covid-19 pode dobrar nos Estados Unidos até o final de fevereiro de 2021, ultrapassando 500 mil vítimas, mas o uso de máscara pode prevenir 130 mil dessas mortes, concluem projeções publicadas por um estudo nesta sexta-feira (23).

De acordo com o cenário considerado o mais plausível pelos pesquisadores, em que os governos locais restringiriam novamente as interações sociais e a vida econômica acima de um certo limite de mortalidade pela Covid-19, os Estados Unidos sofreriam, no entanto, cerca de 511.000 mortes pela epidemia em fevereiro. No entanto, se 95% da população de cada estado usassem sistematicamente uma máscara protetora na presença de outras pessoas, esse número poderia ser reduzido em quase 130 mil pessoas, de acordo com previsões do IHME (Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde).

Mesmo que a máscara fosse respeitada apenas em 85%, 95 mil vidas poderiam ser salvas, acrescentam os pesquisadores em seu artigo, publicado na revista Nature Medicine. "Está cada vez mais claro que as máscaras reduzem consideravelmente a transmissão de vírus respiratórios como o SARS-CoV-2 e, portanto, limitam a disseminação do covid-19", enfatizam os autores.

Em setembro, cerca de 50% dos cidadãos nos Estados Unidos disseram ter usado uma máscara protetora, apesar das reservas de alguns políticos sobre sua eficácia. Donald Trump raramente usa uma máscara em público, ele zomba do hábito de seu rival presidencial Joe Biden, e poucos de seus apoiadores cobrem o rosto durante seus comícios de campanha.

Desde janeiro, o novo coronavírus infectou pelo menos 8,3 milhões de pessoas nos Estados Unidos e matou pelo menos 223.000 delas. Em meados de julho, as equipes do IHME acertaram ao prever 224.000 mortes em 1º de novembro. No limiar do inverno, o país vive um recrudescimento da epidemia, com 75 mil novos casos detectados na quinta-feira (22), quase o dobro dos níveis registrados há um mês.

Embora a maioria dos especialistas concorde que é improvável que uma vacina eficaz esteja disponível por vários meses, medidas não farmacológicas, como uso de máscara, distanciamento físico, isolamento do paciente e rastreamento de contato são, por padrão, as ferramentas mais eficazes para conter a epidemia.

As projeções

Para prever como serão os próximos meses, epidemiologistas e analistas do IHME construíram três cenários possíveis. No primeiro, considerado improvável, os estados norte-americanos continuam a suspender gradualmente as atuais restrições a viagens e interações sociais.

Em 28 de fevereiro, o número total de mortos da covid-19 ultrapassaria 1 milhão e pelo menos 152 milhões de pessoas (45% da população) teriam sido infectadas com o coronavírus, eles estimam.

Mas é mais realista esperar que os estados, em vez disso, restabeleçam as medidas tomadas durante a primeira onda da epidemia, como fechar escolas, restringir o tamanho das reuniões públicas e fechar total ou parcialmente negócios considerados não essenciais.

O estudo, que qualifica essa hipótese como um "cenário de referência", mostra que, no passado, esse tipo de medida era muitas vezes tomada quando o índice de mortalidade de um município ou estado ultrapassava o limite de 8 óbitos por milhão de habitantes todos os dias. 45 dos 50 estados dos Estados Unidos terão ultrapassado esse limite antes do final de fevereiro, acreditam os pesquisadores.

Mesmo com a reativação dessas restrições, o número total de vítimas da epidemia chegaria a 511 mil mortos e quase 72 milhões de infecções até o final de fevereiro, acrescenta a reportagem.

Por fim, em um terceiro cenário, onde 95% da população adulta adotaria a máscara, "129.574 vidas poderiam ser salvas" no período de 22 de setembro a 28 de fevereiro, conclui o estudo.

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