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Na França, 96% dos novos contaminados pela covid-19 não estão vacinados

Turistas na frente do Museu do Louvre, na França; dados sobre relação entre vacinas e casos serão atualizados semanalmente - Getty Images
Turistas na frente do Museu do Louvre, na França; dados sobre relação entre vacinas e casos serão atualizados semanalmente Imagem: Getty Images

16/07/2021 12h40Atualizada em 16/07/2021 13h07

Os dados de um novo levantamento sobre as contaminações por Covid-19 na França foram revelados pelo ministro da Saúde, Olivier Verán. Segundo ele, 96% dos novos casos sintomáticos da doença registrados na última semana dizem respeito a pessoas que não se vacinaram.

Durante uma visita ao vacinódromo de Chambéry, no sudeste da França, ontem, Verán declarou que a variante delta está sendo verificada na maioria das novas contaminações.

"Quando você está vacinado, você tem pelo menos quatro vezes menos risco de pegar a covid-19", disse o ministro.

O levantamento foi realizado pela Direção dos Estudos Estatísticos da França e será atualizado a cada semana. "Quero passá-lo para a população com toda a transparência", reiterou Verán.

No entanto, a estimativa anunciada pelo ministro — 96% — diz respeito às pessoas que se declararam sintomáticas. Na semana entre 28 de junho e 4 de julho, 2.120 testes PCR positivos foram registrados, em média, por dia.

Mais precisamente, 1,7 mil exames positivos diários eram de pessoas não vacinadas. Entre as imunizadas, 130 se contaminaram e entre as parcialmente vacinadas houve 230 casos positivos.

"Apenas 6% dos novos testes positivos dizem respeito às pessoas completamente vacinadas", indicou a Direção dos Estudos Estatísticos da França.

Incentivo à vacinação

A divulgação dos dados ocorre em um momento em que o governo tenta incentivar a população a se vacinar. Até o momento, 54,35% dos franceses receberam ao menos uma dose da vacina anticovid, uma percentagem que vinha baixando nas últimas semanas.

Na última segunda-feira (12), o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a obrigatoriedade da vacinação a todos os profissionais de saúde, além da extensão do passaporte sanitário para a frequentação de eventos com mais de 50 pessoas, a partir de 21 de julho.

Em agosto, a regra passa a valer para locais de cultura e lazer, bares e restaurantes, centros comerciais, academias, trens, aviões e ônibus que fazem trajetos de longa distância.

Cerca de 72 horas após os anúncios, três milhões de franceses haviam agendado a data da vacinação nas plataformas online de marcação de consultas médicas.

Apenas na passada terça-feira (13), mais de 800 mil doses foram aplicadas. No entanto, muitas pessoas classificam as novas medidas como "ditatoriais".

Interrogado sobre as manifestações contra o passaporte sanitário da última quarta-feira (14), Verán relativizou o movimento devido ao baixo número de participantes e declarou "ter um pouco de dificuldade para compreendê-lo", sobretudo no que diz respeito à resistência dos profissionais de saúde à vacinação.

"Quando escolhemos utilizar um jaleco, é um engajamento", afirmou. "A obrigação de se vacinar já existe hoje", argumentou, referindo-se à outras imunizações obrigatórias na França, como contra a difteria, o tétano e a poliomielite.