Bélgica detecta primeiro caso de nova variante descoberta na África do Sul
A OMS apelidou a nova variante detectada pela primeira vez na África do Sul como "Omicron" nesta sexta-feira (26). Ela foi considerada "preocupante" pela agência da ONU e com "alto potencial de contágio". Um caso da nova variante foi identificado na Bélgica em um turista que voltava do Egito, passando pela Turquia.
A OMS apelidou a nova variante detectada pela primeira vez na África do Sul como "Omicron" nesta sexta-feira (26). Ela foi considerada "preocupante" pela agência da ONU e com "alto potencial de contágio". Um caso da nova variante foi identificado na Bélgica em um turista que voltava do Egito, passando pela Turquia.
A variante B1.1.529, ou "Omicron", foi detectada na África do Sul há dois dias. Sua principal característica é o alto número de mutações que carrega.
O professor brasileiro Túlio de Oliveira, um dos pesquisadores, ainda desconhece o impacto que essas mutações possam ter. Algumas mutações já são conhecidas, e ele teme que essa variante se mostre "mais contagiosa e mais bem equipada para enganar as defesas imunológicas do corpo humano".
A nova variante tem pelo menos 32 mutações na proteína Spike, a parte que se liga às células de nosso corpo - 30 a mais do que a altamente contagiosa variante Delta.
Mas, até agora, apenas algumas dezenas de casos haviam sido descobertos na África do Sul, Botswana, um em Hong Kong e um em Israel, cada vez em viajantes vindos do sul da África. Tudo mudou na tarde desta sexta-feira (26) quando um primeiro caso da "Omicron" foi detectado na Europa, mais especificamente na Bélgica.
Nova variante na Bélgica
A situação mudou quando a Bélgica anunciou ter detectado um primeiro caso da B.1.1.529 identificado no seu território, proveniente do Egito. "Temos um caso já confirmado desta variante e é de alguém que veio de fora. A pessoa testou positivo em 22 de novembro e ainda não tinha sido vacinada", declarou o ministro da Saúde belga, Frank Vandenbroucke, durante entrevista coletiva.
O caso foi identificado após os resultados de um teste de PCR realizado na última segunda-feira em uma paciente belga. A amostra foi analisada pelo centro hospitalar universitário de Louvain; a jovem tinha carga viral bastante elevada no momento do diagnóstico.
Segundo o correspondente da RFI em Bruxelas, Pierre Benazet, trata-se de uma turista que voltou do Egito via Turquia no dia 11 de novembro. Ela não tinha nenhuma ligação com o sul da África e desenvolveu sintomas leves de gripe dez dias depois. Ocupantes de sua casa estão assintomáticos, mas serão testados.
Previsões "pessimistas"
As autoridades belgas anunciaram nesta sexta-feira novas medidas restritivas para lidar com a quinta vaga da pandemia. A Bélgica já havia estimado esta semana que o aumento de hospitalizações e contaminações seria superior às previsões "mais pessimistas".
Duas horas antes deste anúncio da Bélgica, a Comissão Europeia recomendou aos 27 países da União Europeia que ativassem a medida apelidada de "bloqueio de emergência" para suspender a chegada de todos os aviões da África Austral.
Desde o início da epidemia, diferentes novas variantes surgiram e o temor é sempre que estas reduzam a eficácia das vacinas. A variante Ômicron parece radicalmente diferente da cepa detectada originalmente em Wuhan, que serviu de base para o design das vacinas.
Os preços do petróleo e as bolsas de valores estavam em queda livre na noite desta sexta-feira, despencando 10% em relação ao fechamento do dia anterior, em razão dos possíveis impactos da descoberta da nova variante.
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