Linhagem BA.5 da ômicron domina casos de covid em Portugal e lidera na UE
De acordo com o Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças, a linhagem BA.5 da variante ômicron passa a ser a responsável pela maioria dos casos de Covid-19 em Portugal a partir deste domingo (22).
A BA.5 e a BA.4 são as duas linhagens identificadas inicialmente na África do Sul, no começo deste ano, e que conseguem romper as barreiras de imunidade fornecidas pelas vacinas e por infecções anteriores do coronavírus.
O centro europeu diz que a prevalência das duas linhagens ainda é baixa no continente, mas que existe potencial para que dominem os novos contágios nos próximos meses.
"É uma linhagem mais transmissível e com algumas mutações que são associadas a uma maior capacidade do vírus para infectar e fugir ao sistema imunitário", explica o pesquisador João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde de Portugal, durante apresentação do último relatório epidemiológico do país.
Portugal tem visto um crescimento exponencial de casos de Covid-19 nas últimas semanas. Para os especialistas, o motivo é o avanço da BA.5 somado ao fim da obrigatoriedade do uso da máscara, decidido em abril pelo governo. O acessório só continua sendo exigido dentro do transporte público e para visitas a casas de repouso.
De acordo com a Direção Geral de Saúde, a média diária de novos casos está em 30 mil e pode chegar a 60 mil já nas próximas duas semanas. O boletim da DGS desta sexta-feira (20) aponta crescimento de 58% no número de contágios no país nos últimos sete dias, e de 33% no número de mortes.
Maior número de casos diários da UE
Dados do observatório Our World in Data, da Universidade de Oxford, apontam Portugal como o país da União Europeia com o maior número de casos diários e o segundo do mundo com mais mortes, atrás apenas da Nova Zelândia. Mas, comparando com a incidência por cada milhão de habitantes, a taxa de letalidade da Covid-19 atualmente no país é baixa.
As autoridades de saúde avaliam que a linhagem BA.5 não está relacionada a um agravamento dos casos e por isso não consideram por enquanto retomar medidas como a obrigatoriedade das máscaras.
"Não parece estar associada a um fenótipo de doença mais severo. Pensamos que será quase inevitável que se transforme numa gripe. Vamos ter que viver com este coronavírus", alerta o pesquisador João Paulo Gomes.
Portugal tem apostado no reforço da vacinação e na testagem para controlar a situação. "Prefiro respostas pela positiva do que pela negativa. Isto é, respostas no sentido de aumentar a vacinação ser mais importante e ter efeitos mais duradouros do que apenas aplicar restrições", revelou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a jornalistas nesta sexta-feira.
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