A qualidade da publicação é algo a tomar em conta. Não é algo definitivo, como mostra o caso da vacina, iniciado na famosa Lancet. Porém, pode ajudar.
"Hoje em dia tem um monte de publicações predadoras: pagou, passou", adverte Marilia Sá Carvalho.
Um indicador inicial de qualidade é ver a que bases de dados as revistas estão indexadas. PubMed, no exterior, e Scielo, no Brasil, são duas boas referências. Lá você pode encontrar as listas de periódicos, os assuntos e as publicações mais recentes.
Os artigos informam a data em que foram submetidos, quando passaram por revisão e quando foram publicados. Intervalos muito rápidos entre submissão e publicação podem ser um indicador de que nem todos os cuidados foram tomados.
Quem está falando sobre o assunto tem domínio?
Outro ponto de atenção é quem fala tem conhecimento específico sobre o tema? Um preparador físico pode ter noções sobre nutrição, mas não é nutricionista. Um médico pode saber muito sobre câncer, mas ter apenas noções sobre Alzheimer (ou o contrário). Tanto no caso de jornalistas como no caso de especialistas, é bom checar se as referências bibliográficas que levaram a determinada conclusão estão claras. E se são numerosas ou se foram baseadas em um único artigo.
Em ciência, as declarações ("médico diz que") estão no pé da hierarquia. A opinião de alguém, isoladamente, não diz nada. A opinião de um grupo começa a ter mais peso. Quando a opinião vira observar a realidade, a conclusão ganha mais relevância.