Os dois principais serviços conveniados com o poder público no Brasil para o acolhimento de idosos são:
- Ilpi (Instituição de Longa Permanência para Idosos): instituições governamentais ou não governamentais que funcionam como residência permanente. São voltadas para idosos em situação de vulnerabilidade social (risco pessoal e social, como fragilidade de vínculos familiares, negligência, abandono, violência física, psicológica ou econômica).
Centro-Dia: unidade pública onde eles podem permanecer durante um período, com refeições e atividades. Também é voltado para pessoas que dependem de cuidados para a realização de suas atividades diárias, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos (isolamento social, confinamento, falta de cuidados adequados, alto grau de estresse do cuidador familiar). A equipe do Centro-Dia compartilha, com os cuidadores das famílias, os cuidados necessários.
A maior parte da oferta de vagas para acolhimento de idosos está no setor privado.
A médica geriatra Karla Giacomin, consultora da OMS (Organização Mundial da Saúde) para cuidados de longa duração, afirma que o Brasil tem ainda uma política muito restrita.
Hoje, só vai para uma instituição aquele que estiver em violação de direito. É uma leitura equivocada do nosso tempo porque as nossas famílias não são mais aquelas numerosas. E a mulher também tem outro papel na sociedade. Cada vez menos existe aquela situação de uma mulher exclusivamente focada em cuidar dos idosos. Karla Giacomin, geriatra
O maior desafio, diz Giacomin, é ampliar o acesso e o repasse das entidades. A Sociedade São Vicente de Paulo, organização internacional civil formada por católicos, estima que as prefeituras pagam às entidades mantenedoras das instituições, em média, R$ 250 por mês por pessoa idosa atendida.
"Isso é completamente inviável. As exigências são grandes e a contrapartida do Estado é muito pequena. As instituições privadas vão atingir seu público. A questão é o número de pessoas que estão envelhecendo e que não têm acesso a esse cuidado."
Além da expansão da rede pública, Giacomin diz que é preciso uma mudança de cultura. "Nossa sociedade é extremamente idadista, ou seja, ela tem preconceito contra velhice e também tem um preconceito contra essas instituições", diz a médica.
Nosso maior desafio é rever e construir uma imagem diferente das instituições, porque as pessoas têm a imagem do abandono, da negligência, da violência e dos maus tratos. Karla Giacomin, geriatra