As primeiras prateleiras que os adoçantes ocuparam não foram as dos setores de produtos ditos saudáveis dos mercados. Antes, os substitutos do açúcar eram vendidos principalmente nas farmácias, indicados para pessoas com diabetes, quase como se fossem um medicamento a ser prescrito.
Com o tempo, foi-se percebendo que o poder dos edulcorantes em adoçar uma receita —ou um cafezinho— sem incrementar suas calorias poderia interessar muitas pessoas. Então, os adoçantes receberam uma roupagem "fit" e até passaram a ser popularmente vistos como "emagrecedores".
Quem queria diminuir as medidas substituía as colheradas de açúcar por sachês ou gotas de diferentes substâncias, como o aspartame, a sacarina e o ciclamato de sódio. Mas, por mais que cada adoçante tenha uma ingestão diária aceitável, nem sempre as pessoas se dão conta do quanto estão consumindo.
Isso porque os edulcorantes não estão mais restritos aos sachês ou gotas. Eles aparecem na lista de ingredientes de boa parte dos alimentos e bebidas ultraprocessados —inclusive no refrigerante favorito de muita gente. De acordo com um estudo publicado em 2021 no periódico Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, cerca de 15% dos produtos industrializados comercializados no Brasil têm adoçantes.
O aumento no consumo abriu as portas para outra discussão: quais são os reais impactos dos adoçantes na saúde? São substâncias totalmente seguras? A conclusão ainda não está clara —e não há consenso entre os especialistas sobre os possíveis efeitos deletérios dessas substâncias. O que há, até o momento, são evidências espalhadas, que reforçam a necessidade de mais pesquisas na área e o consumo moderado.