A carne vermelha é rica em proteínas de alto valor biológico, vitaminas e minerais. Sua importância para o desenvolvimento humano é real. Um fóssil encontrado na Tanzânia indica que há pelo menos 1,5 milhão de anos a fisiologia humana já estava adaptada ao consumo regular de carne —a descoberta foi publicada no periódico Plos One.
No entanto, a partir da década de 1980, estudos passaram a associar o alimento ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer colorretal, diabetes, entre outras. Uma meta-análise que avaliou mais de 1,4 milhão de participantes por até 30 anos mostrou que o consumo de carne bovina, cordeiro e porco aumentou o risco de doenças cardiovasculares em 9%. As carnes processadas, como bacon e salsicha, proporcionaram um aumento de 18%.
Contudo, vários pesquisadores rebatem estas informações. Eles alegam que a maior parte dos estudos são observacionais. Ou seja, mostram somente uma correlação e não comprovam que o consumo da carne é responsável por problemas de saúde —que podem ter acontecido por diversos outros hábitos dos participantes das pesquisas.
Há também trabalhos que mostram que a carne não faz mal. Uma pesquisa, por exemplo, destacou que o efeito da carne vermelha natural (o bife que você compra no açougue) em relação ao câncer seria muito pequeno, quase insignificante. Já outro estudo mostrou que a ingestão de carne natural não aumenta o risco de doenças cardiovasculares.
Como você pôde notar, o assunto é polêmico. Antes de bater o martelo, é preciso pôr na balança benefícios e possíveis malefícios do consumo, além de quais as quantidades e de quais tipos de carne vermelha estão sendo colocados em xeque.