Tudo começa com o diagnóstico de morte encefálica, quando o cérebro deixa de funcionar. Depois, entra uma parte essencial para que o processo se inicie: a conversa com a família. São os parentes do paciente que devem autorizar ou não a doação de órgãos ou tecidos.
Não pode ter nenhuma falha neste momento. Os enfermeiros e as enfermeiras aprendem técnicas específicas para garantir a comunicação "perfeita". Primeiramente, a família deve entender que não há nenhuma chance de o paciente acordar —e o protocolo brasileiro é extremamente seguro quanto a isso.
A equipe esclarece qualquer dúvida e algumas perguntas podem surgir. "A religião permite o ato?" Sim, todas permitem. "O corpo do doador sofre 'mutilações'?" Não, o corpo é completamente reconstituído para o velório. Além das questões de saúde do paciente, os enfermeiros buscam entender o perfil da pessoa: se ela gostava de doar roupas, se era altruísta e se desejava ser um doador.
Se a família autoriza a doação, é dada a largada para um processo que necessita da agilidade dos profissionais. Quando os órgãos são retirados, o relógio começa a contar. Fora do corpo, eles têm um "prazo de validade" e cada segundo é importante para que o órgão ou tecido chegue ao receptor.