Os primeiros raios de sol anunciam o final de mais uma noite no Enigma Club, casa de suingue na Zona Sul de São Paulo. Lá dentro, a atmosfera ainda preserva o escuro, enquanto homens e mulheres aproveitam o finalzinho da festa. Johnny dança funk como se não houvesse amanhã. Nem toda noite rolava sexo, mas aquela havia sido especialmente animada.
Enquanto um funcionário empilha as cadeiras, Johnny vai até o carro e dirige até um supermercado próximo, onde estaciona. Ele reclina o banco, ajusta o despertador e dorme pelas próximas duas horas. Ao acordar, troca de roupa e vai até a padaria mais próxima para um rápido café. Próxima parada: Igreja Metodista da Vila Mariana. Johnny voltava a ser Roy Duarte, o pastor que, às 9 da manhã, dava início ao culto de domingo.
Por muito tempo essa dualidade foi harmoniosa, mas por fim essas duas vidas se opuseram e levaram Roy a uma depressão. Até que ele encontrou no tantra uma forma de conciliar esses dois impulsos: entre o sagrado e o profano.