Você já deve ter ouvido falar da importância de praticar exercício físico. Mexer o corpo não apenas reduz o risco de desenvolver grande parte das doenças crônicas conhecidas (problemas cardiovasculares, obesidade, depressão e até câncer, por exemplo), como também garante chegar bem à velhice, com ossos, tendões e músculos capazes de suportar nosso corpo mesmo depois de terem trabalhado duro por décadas.
Mas o que nem todos lembram é que o cérebro também precisa de "malhação" para evitar as chamadas perdas cognitivas —quando funções como atenção, memória e até criatividade são prejudicadas pelo envelhecimento das células nervosas, os neurônios.
"Na prática, os exercícios chamados de 'ginástica cerebral' reduzem o risco de desenvolver doenças neurológicas, como as demências, o que aumenta a qualidade de vida na velhice", explica Vitor Tumas, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo).
Até quem sofre desse tipo de doença pode se beneficiar dos treinos cognitivos. "Nesse caso, eles ajudam a compensar as perdas de outras funções e são uma estratégia para amenizar as dificuldades e se manter funcional dentro das limitações", afirma a psicóloga Katie Almondes, professora da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e coordenadora do Sene (Serviço de Neuropsicologia do Envelhecimento), ligado à universidade.
Essa reportagem especial é o primeiro de muitos conteúdos que serão publicados nos próximos dias para mostrar a importância de estimular o cérebro para ter uma velhice independente, autônoma e saudável. O especial abre a campanha Ginástica Para O Cérebro, que faz parte de uma série de VivaBem em que trazemos, ao longo de uma semana, conteúdos temáticos para contribuir para uma vida mais saudável e cheia de bem-estar.
A seguir, explicamos —com a ajuda de especialistas— a importância de estimular a mente desde criança e como o cérebro se comporta ao longo da vida.