Lá no começo da pandemia de covid-19, em 2020, muita gente passou a dizer que sairíamos melhores dessa. Talvez não tenha sido bem assim, mas um uso maior da tecnologia no acesso à saúde foi um lado bastante positivo.
Diante do exílio que o coronavírus impôs ao mundo, grande parte das pessoas teve de se adaptar às telas dos computadores e smartphones para acessar todo tipo de serviços, inclusive os médicos. Nos piores dias da covid-19, ter um profissional da saúde ao alcance de um clique foi providencial.
Estava quebrada uma barreira junto aos sistemas de saúde que, dada a sua complexa natureza, vinham resistindo ao avanço tecnológico já estabelecido em várias esferas da sociedade. Com propostas de melhoramento e automatização de serviços e processos, as empresas que se dedicam a esse setor —as chamadas healthtechs— têm alavancado inovações por meio da telemedicina, inteligência artificial, gestão, relacionamento com pacientes, farmacêutica, IoT (internet das coisas), entre outras, além de planos de saúde ditos mais econômicos que podem resultar na ampliação do acesso à saúde.
Dados do hub de inovação Distrito revelam que, no Brasil, o número de healthtechs saltou de 248, em 2018, para 542 em 2020. Assim, não surpreende que especialistas em finanças estejam de olho na nova onda de investimentos voltados para elas, e que gigantes como Apple, Amazon e Meta estejam apostando milhões em um setor cujos gastos representam 10% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial.
Mas será mesmo que as healthtechs podem democratizar o acesso à saúde privada sem que as famílias tenham que pagar uma fortuna? Quais desafios essas empresas ainda têm pela frente para conseguir isso por aqui?