Da ficção científica para a vida real
"Remédios do futuro baseados no DNA: descubra como eles vão mudar a sua vida". Esta foi a chamada de capa de uma edição especial da revista Time, em janeiro de 2001. Publicada pouco antes da conclusão do Projeto Genoma Humano, ela profetizava uma nova era na medicina. A partir da descoberta dos perfis genéticos de cada pessoa, novas moléculas seriam produzidas. Os métodos clássicos de tratar as doenças estariam com os dias contados.
Passados quase 20 anos, parte dessa profecia se cumpriu. Novos tratamentos já agem de forma mais precisa e personalizada, como os imuno-oncológicos e as terapias alvo, mas entre as maiores contribuições das pesquisas em genética destaca-se o surgimento da Medicina Personalizada (MP), uma abordagem médica que usa informações moleculares para identificar, prevenir, diagnosticar e tratar doenças.
Junto ao avanço tecnológico dos últimos anos —que possibilitou o desenvolvimento de ferramentas específicas e o uso concomitante de inteligência artificial e big data— já é possível entender mecanismos moleculares, definir biomarcadores (indicadores de doenças), bem como classificar grupos de pessoas de acordo com suas prováveis respostas a tratamentos. Tudo em pouco tempo e com menor custo.