Em algum lugar dentro do seu corpo, uma estrutura chamada DNA está dizendo ao seu cérebro que você "pre-ci-sa" comer mais um doce. Esse DNA também determina, nas papilas gustativas, se o coentro terá para você um gosto agradável ou não. E ainda ordena, quando você toma café, que ocorra uma descarga extra de energia provocada por uma sensibilidade à cafeína.
Esses são só alguns exemplos da relação entre o que comemos e a nossa genética. O tema é estudado há muitas décadas e ganhou fôlego após o primeiro sequenciamento do genoma humano, finalizado em 2003, que trouxe à luz cerca de 99% dos nossos genes. O Projeto Genoma Humano, como ficou conhecido, revelou que somos feitos de pouco mais de 23 mil genes e abriu as portas para o sequenciamento genético de outros animais e até patógenos (organismos que são capazes de causar doença).
As informações serviram também para revelar como os nutrientes presentes em alimentos conversam com nosso material genético. Estudar isso é o papel da nutrigenômica, uma ciência que analisa como vitaminas, minerais e outras substâncias presentes em tudo o que comemos interferem na expressão dos nossos genes e como essa relação pode ou não ajudar na prevenção de doenças.