Quando o medo vira disfuncional, ele é considerado uma fobia. Nesse caso, há aversão intensa a um estímulo —como andar de avião, ficar em lugares fechados ou a algum animal. O temor vem acompanhado de reação emocional desproporcional à situação.
"Toda vez que o medo causar prejuízo afetivo, laboral, de socialização, de diminuição de contato social positivo, ele vai configurar provavelmente sintoma de alguma condição de ansiedade ou de alguma fobia específica", pontua Beria.
A reação rápida de lutar ou fugir dá lugar a um sentimento paralisante e, muito comumente, a pessoa entende que possui uma repulsa irracional ao estímulo.
No campo neurológico, em resumo, há hiperfuncionamento do sistema límbico, que conduz essas respostas. É como se o "freio" para as reações de medo falhasse, enquanto o "acelerador", representado pelas amígdalas, continua pressionado.
"O alarme passa a disparar com estímulos pouco relevantes e aí, quando a pessoa está diante de um estímulo fóbico, há disparo de mecanismo de luta ou fuga sem passar por aspectos racionais que podem inibi-lo", explica o psiquiatra Amaury Cantilino, doutor pela UFPE (Universidade Federal do Pernambuco).
Boa parte das fobias é específica, quando há aversão a algo definido. E não necessariamente a pessoa teme aquilo que já viu ou viveu: ela pode ter aversão a animais que nunca encarou, experiências que não são frequentes. Além disso, não é necessário elemento visual, ou seja, ela pode ter reações exacerbadas de medo apenas ao imaginar o objeto de sua fobia.