Caça à vacina

O mundo corre para encontrar imunização contra o novo coronavírus, mas desafios não param na descoberta

Gabriela Ingrid Do VivaBem, em São Paulo

O que precisa acontecer para que tudo isso —mortes, pandemia, isolamento— acabe? Encontrar uma vacina seria uma das hipóteses. A imunização garantiria proteção da população de infecções futuras pelo novo coronavírus e as aglomerações, enfim, estariam liberadas novamente. Mas o processo de encontrar uma vacina eficaz não é nada simples.

Por mais que os cientistas pareçam estar demorando para encontrar a imunização contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o que está sendo feito agora segue numa velocidade nunca antes vista na história. Mais de 120 vacinas estão sendo desenvolvidas pelo mundo. Pelo menos oito grupos já iniciaram testes em animais ou humanos. Só que a batalha não acaba quando for encontrada uma versão que funcione.

Depois dos meses de estudos, ainda há o entrave da distribuição. Como disponibilizar imunização às quase 7,8 bilhões de pessoas no mundo? A resposta não é apenas uma questão de estrutura: a política tem um papel crucial. Quais seriam os primeiros países a adquirirem a dose, depois da descoberta? Há quem diga que o Brasil estaria entre os últimos da fila. Será?

Definitivamente, ainda há muito por vir quando o tema é vacina.

A tal imunidade

Para entender como funciona uma vacina, primeiro é preciso saber qual o conceito de imunização. Imunizar alguém é tornar um indivíduo não suscetível àquela doença, ou seja, protegê-lo do patógeno.

Essa imunização pode ser:

  • ativa (fazer com que o organismo produza os próprios anticorpos), que é a vacina ou
  • passiva (disponibilizar o anticorpo pronto), como o soro antitetânico, por exemplo.

O sistema imune evoluiu para que reconhecesse qualquer objeto estranho no corpo, não precisa ser só um vírus ou uma bactéria. Em quem tem alergia a algum alimento ou substância, por exemplo, o sistema de defesa também reconhece aquilo como algo que não é bem-vindo e reage, gerando anticorpos e moléculas químicas que causam inflamação.

No caso do Sars-CoV-2, quando ele entra no corpo humano, infecta as células saudáveis e se replica. As células de defesa reconhecem os pedaços desse vírus que vão sendo produzidos dentro das células infectadas, processam essa informação e geram a resposta imune (linfócitos T e B, que produzem anticorpos).

É como se fosse um sistema de alarme. Flávio Guimarães da Fonseca, virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas e pesquisador do Departamento de Microbiologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Segundo ele, quando uma célula de defesa reconhece um vírus, ela produz uma dessas moléculas químicas que atraem mais células do sistema imune para aquele local. "E aí é montada uma resposta intensa, com produção de anticorpo e mais células de defesa".

Esse processo torna o corpo resistente ao agente externo. Enquanto a maioria das células de defesa é destruída, alguns linfócitos, por exemplo, permanecem por anos até, garantindo uma memória imunológica. Isso significa que da próxima vez que esse "estranho" aparecer, o corpo já se defenderá com maior rapidez, impedindo que ele fique doente ou fazendo com que tenha sintomas mais amenos.

Imunizar alguém é tornar um indivíduo não suscetível àquela doença

Alfredo Gilio, coordenador da clínica de imunizações da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SP)

Papel das vacinas

Todas as vacinas visam expor o corpo a um antígeno que não cause a doença, mas que provoque uma resposta imune que pode bloquear ou matar o vírus se uma pessoa for infectada.

Normalmente, o corpo humano leva de seis a sete dias para produzir anticorpos (no caso do coronavírus, estudos já mostraram que esse tempo pode ser de 10 dias). Enquanto isso, o vírus está causando estrago. A vacina aceleraria esse processo de defesa para justamente deixar o corpo pronto para o combate, antes que o "estranho" cause uma doença.

"O conteúdo da vacina pode ser uma parte do vírus ou um vírus morto ou enfraquecido, e que gera uma resposta como se fosse o vírus de verdade", diz Fonseca. Quando o indivíduo que foi vacinado é infectado pelo vírus selvagem, ele já tem uma resposta imune pronta, porque o sistema imunológico já desenvolveu a tal da memória, ou seja, ele "lembra" o que deve fazer. O organismo, então, produz rapidamente os anticorpos, sem a necessidade de esperar aqueles seis ou sete dias.

A vacina engana o sistema imunológico do nosso organismo para que ele gere proteção contra o vírus sem ter realmente a presença da versão selvagem.

Essa imunização ativa pode ter vários focos, como a produção de anticorpos, como é a grande maioria das imunizações, ou ter outras formas, como ativar imunidade de células, ou uma combinação das duas. "Em geral, ela trabalha a indução de anticorpos: quer que a pessoa produza anticorpos e já esteja preparada para responder rapidamente quando tiver contato com o vírus", diz Alfredo Gilio, coordenador da clínica de imunizações da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SP). "A vacina faz com que o indivíduo deixe de ser suscetível àquela infecção".

Fases complexas

Fazer uma vacina não é nada simples, como é de se imaginar. Em épocas "mais normais", o desenvolvimento do produto em si é o mais rápido e pode levar cerca de seis meses —sim, o tempo da ciência é, digamos, diferente do que você provavelmente considera rápido ou devagar.

Há várias estratégias para fazer uma vacina. Pode-se usar um vírus inativado, um pedaço dele, unir esse vírus a outro e usar o outro como vetor, por exemplo. Existem diversas técnicas, mas todas elas vão seguir uma certa sequência, que leva um tempo.

Primeiro, são os estudos pré-clínicos, feitos em laboratório e em animais. São dois testes importantes: o de imunogenicidade (quando faz a vacina, tem que confirmar que ela induz a resposta imune que você espera) e o de segurança em animais de laboratório (saber se aquela formulação não tem efeitos colaterais grandes em camundongos e coelhos, por exemplo).

Segundo Ricardo Gazzinelli, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), pesquisador da Fiocruz e coordenador do INCTV (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas), depois de demonstrada a segurança, usa-se um modelo —no caso do coronavírus estão usando o macaco rhesus — para ver se a vacina o protege da infecção.

Se os resultados desses testes são bons, essa vacina tem a licença de avançar para testes em ser humano, que são os testes clínicos, divididos em três fases. No último levantamento feito pela OMS, em maio, há pelo menos 10 estudos já em fase clínica e 121 em pré-clínica.

Funciona em humanos?

No caso da pandemia, como há urgência, enquanto se faz o ensaio de proteção, paralelamente realiza-se o teste clínico fase um. Nessa fase, os cientistas checam a segurança em humanos. Os testes são feitos em grupos pequenos de voluntários adultos saudáveis (20 ou 30 pessoas) e avaliam se a vacina gera algum efeito colateral.

Todos os voluntários sabem qual o objetivo da pesquisa, o que estão fazendo, os riscos e os potenciais benefícios para a comunidade. "Isso é passado pelos comitês de ética de cada lugar que está fazendo, universidade, grupo, existe uma regulação central ainda, do próprio país, para ver se aquele projeto está dentro de condições éticas", diz Gilio. "Não é feito de qualquer jeito".

Na fase um também podem ser testadas doses diferentes, porque ainda não se sabe qual é a ideal. Geralmente, todo o processo leva de seis a sete meses, porque é preciso adequar a dose, checar se há toxicidade.

A fase dois é o teste de imunogenicidade, para ver se essa vacina realmente gera resposta imune no organismo, se produz anticorpo para aquele vírus. São testadas várias dosagens e esquemas (uma dose é suficiente ou precisa-se de duas?) em um grupo com 100 ou 150 pessoas. Essa fase, que procura o anticorpo neutralizante, pode levar até um ano para ser concluída.

A terceira e última fase do teste clínico é o "test-drive" da vacina. "É quando os resultados das duas primeiras fases permitem que os cientistas avancem para um grupo de voluntários de milhares de pessoas", diz Fonseca. Os participantes são divididos em dois grupos: metade toma a vacina e metade recebe um placebo ou uma outra vacina que não protege contra o patógeno estudado.

"Ninguém sabe quem tomou o que, nem os cientistas nem os voluntários. É o que chamamos de duplo-cego. E ele é randomizado, ou seja, sorteia, equilibra os grupos, porque tem um monte de detalhes que podem influenciar no resultado, como a idade dos participantes", diz Gilio.

Essas pessoas vão para as suas casas e seguem o dia a dia. Eles são expostos ao coronavírus no ambiente, assim como nós, e são acompanhados durante um tempo. "Pode demorar de três a cinco anos, para saber se as pessoas que receberam a vacina ficam menos doentes em um ambiente natural do que as que receberam só o placebo", diz Fonseca.

A vacina de Oxford, por exemplo, uniu protocolos para acelerar o processo e já está na fase três. O Brasil, que ainda tem uma curva epidemiológica ascendente, entrou na lista de países que testarão a vacina em primeira mão, em 5 mil voluntários.

Oxford quer montar um dossiê de registros para a vacina antes de os resultados ficarem prontos, para ser apresentado às autoridades regulatórias do Reino Unido até o final do ano. A expectativa é conseguir o primeiro registro a nível mundial e começar a vacinar os britânicos o quanto antes.

Os estudos, entretanto, continuarão por um ano. "O registro formal só pode ser feito com a finalização desses outros estudos, por isso que todos serão finalizados, para montarmos um dossiê formal e obter o registro formal. Mas para parar a pandemia, tem a aprovação regulatória de caráter emergencial antes", diz Sue Ann Costa Clemens, que liderou a articulação para a vinda dos testes ao Brasil.

Quanto tempo falta

Os testes clínicos demoram. O que está sendo comentado sobre o novo coronavírus é que o objetivo é produzir uma vacina em 18 meses, um prazo nunca antes visto na história da medicina.

É uma coisa inédita e espetacular. Normalmente uma vacina demora de oito a 10 anos. A da caxumba, segundo meus estudos, foi a mais rápida e demorou quatro anos e meio, diz Gazzinelli.

Segundo ele, essa "pressa" tem uma motivação grande, é um problema mundial e mortal, por isso há uma parceria grande de universidades e setores industriais que vão acelerar o processo.

"Para ter distribuição comercial tem que terminar as fases 2 e 3, que levam meses. Por isso acho que esse ano ainda vai ser difícil ter algo concreto, mas, sendo otimista, no primeiro semestre de 2021 podemos esperar por algo", diz o professor.

O problema é que não podemos avançar rapidamente nos resultados dos testes, segundo Emily Martin, professora associada de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Michigan (EUA). "Quando queremos uma vacina para proteger as pessoas por, no mínimo, alguns meses, isso significa que precisamos esperar até que possamos testar as pessoas e acompanhá-las pelo mesmo período de tempo. Isso é o que inevitavelmente causa um atraso na preparação de uma vacina", explica ela.

De acordo com Martin, são de 12 a 18 meses de testes entre o desenvolvimento da vacina e a sua entrada em uso, "porque não usamos vacinas, a menos que se prove que elas são seguras". A professora diz que, por mais que a expectativa com as vacinas seja grande, o que mudaria fundamentalmente a forma da epidemia agora seria o desenvolvimento de antivirais e outros tratamentos.

Se um tratamento efetivo for encontrado agora, ele provavelmente poderá ser implantado instantaneamente e salvará vidas.

As polêmicas

Com a urgência do momento atual, os cientistas estão discutindo abordagens mais polêmicas às pesquisas das vacinas: infectar voluntários saudáveis com o vírus selvagem ou "pular" a fase três dos testes e já aplicar a vacina na população em geral.

No primeiro caso, chamado de desafio humano, esse estudo envolveria expor talvez 100 jovens saudáveis ao vírus e verificar se aqueles que recebem a vacina escapam da infecção. Segundo Gazzinelli, querem fazer em jovens porque teoricamente os riscos são menores, mas sempre há risco.

De acordo com Nir Eyal, diretor do Centro de Bioética da Universidade Rutgers, em New Jersey (EUA), em uma entrevista à revista Nature, como o vírus é perigoso, muitas pessoas tentarão ser cuidadosas, por exemplo, se isolando, o que faria a fase três dos testes tradicionais demorar mais ainda. "Se, em vez disso, alguém expõe todos os participantes do estudo ao patógeno, pode-se não apenas contar com muito menos voluntários, mas, mais importante, levar um período muito mais curto para obter resultados", argumentou.

Os voluntários seriam infectados em uma estrutura hospitalar e monitorados frequentemente, em uma situação controlada. "Realmente, esse estudo seria feito em um mês, dois, três, contando com as análises que serão feitas depois. É uma aceleração gigantesca. O problema é ético", diz Fonseca. Segundo o virologista, os desafios humanos são ilegais no Brasil.

Aqui, a legislação tem algumas diferenças importantes em relação à americana. Por exemplo, nos EUA é permitido você pagar um participante de um estudo em um ser humano. No Brasil, isso é proibido.

A proibição no país é justificada porque a contribuição em dinheiro atrairia indivíduos menos favorecidos do ponto de vista financeiro, então o estudo teria um viés com pessoas mais empobrecidas.

Os pesquisadores americanos acham que esse voluntário "herói" deveria ser pago, porque é um risco enorme. E ele ainda teria outra vantagem: seria infectado por uma dose conhecida e seria monitorado 24 horas por dia pelo tempo necessário. "Então, a chance de ele sobreviver seria maior e melhor do que se fosse infectado na rua, por exemplo. Esse é um argumento interessante. Mas tem todas essas questões éticas".

A outra discussão polêmica gira em torno dos que querem "pular" a fase três dos estudos com a vacina e já aplicarem na população. "É discutível. A vacina precisa ser aprovada pelos órgãos regulatórios (Anvisa, FDA, ENEA) antes de ser usada na população. No geral, essas agências querem a fase três. Seria o lógico", diz Gilio.

Segundo o médico, há um precedente desse adiantamento de fases. "Em 2001, houve um surto de meningite tipo C no Reino Unido e adiantaram a vacina que estava na fase 2 e que se apresentava muita segura e com grande resposta imune. Mas era a situação daquele país específico e não algo global". Apesar de ter dado certo naquele caso, uma vacina contra o coronavírus aplicada sem todos os testes estarem prontos pode gerar algum efeito adverso desconhecido ou não ter a eficácia esperada.

Desafios pós-descoberta

Os cientistas estão tentando gerar a vacina em um tempo recorde. Algumas empresas, companhias, laboratórios públicos e privados em universidades já estão adiantados nessa corrida. Ainda assim, apesar da rapidez, existem vários entraves para que essa vacina alcance toda a população mundial.

Primeiro, o problema é exatamente a quantidade, uma demanda de bilhões de doses. Nenhuma empresa hoje tem essa capacidade de produção. "Se é uma vacina única, que não existe em lugar nenhum, é muito complexo. Ou constrói uma fábrica ou adapta outra para a produção", diz Gazzinelli. Não há estrutura de planta de fábrica no mundo hoje que consegue produzir essa quantidade.

O segundo problema é a resposta para o que todo mundo já deve ter se perguntado: por que, em vez de cada país tentar criar a própria vacina, os cientistas do mundo todo não se unem para pesquisar uma única vacina? "Se a gente for esquecer a questão diplomática, EUA versus China, por exemplo, e supor, num mundo ideal, que todo mundo colabora com todo mundo, existem divergências científicas", diz Gilio.

Um grupo acha que é melhor fazer a vacina com RNA mensageiro, outro acha que é a inativada, outro acha que é o vetor. Seria muito difícil chegar em um consenso universal de uma vacina ideal. Além disso, cada grupo já está investindo forte em algumas estratégias específicas de vacinas.

Ele dá um exemplo: o grupo da Moderna, dos EUA, que está focando no RNA mensageiro, já estava tentando fazer há anos vacinas com essa estratégia. Eles aproveitaram essa plataforma complicada do ponto de vista técnico, que é usar o RNA mensageiro, que nunca foi utilizada para produzir vacinas (não há vacinas aprovadas com essa técnica), para usar no coronavírus. E estão investindo US$ 500 milhões para isso.

O grupo de Oxford já estava estudando vacina com o adenovírus contra a Mers. "Não tem como uniformizar anos de trabalho. É impossível, não haveria consenso para fazer isso rapidamente. Só se tivéssemos 20 anos".

Nós aqui do Brasil vamos ser os últimos da fila a receber essa vacina

Flávio Guimarães da Fonseca, virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas e pesquisador do Departamento de Microbiologia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais)

Lugar na fila

Outra questão é a política. A primeira vacina que ficar pronta será usada pelo próprio país que a descobriu. "Quem desenvolver a vacina primeiro vai produzir para o seu mercado interno antes para depois conseguir exportar", diz Fonseca.

Mas a partir do momento que tivermos a vacina e como produzi-la, quais serão as prioridades de distribuição

Vamos supor que os EUA desenvolvam uma vacina primeiro. Eles vão atender primeiro a demanda interna, depois os parceiros mais próximos, a Europa, por exemplo, e nós aqui do Brasil vamos ser os últimos.

Se a chinesa ficar pronta primeiro, o Brasil estaria na lista?

O virologista estima que, se dependermos apenas de uma vacina do exterior, a perspectiva é não recebermos as doses em menos de dois ou três anos. Por isso é importante a nacionalização da vacina. "Talvez não consigamos gerar uma vacina tão rápido assim, mas precisamos mesmo assim de uma vacina nacionalizada, porque, assim como todos os insumos relacionados a essa pandemia, vamos ter problema de demanda para ser atendido", explica.

Esse, infelizmente, será um problema que vai levar anos para ser corrigido, segundo especialistas, mesmo que a ciência desenvolva uma vacina no final do ano.

Gazzinelli, que está liderando uma das produções nacionais, afirma que, no caso deles, que estão em busca de uma vacina bivalente (contra a gripe e o coronavírus), uma das vantagens é que o Instituto Butantan já tem a fábrica de vacina de influenza para a campanha pública. "Eles produzem dezenas de milhões, talvez até cem milhões de doses. Então, se funcionar essa vacina do influenza e passar por todas as etapas, a parte de produção já estamos mais ou menos resolvidos, talvez não vai ter nem que ampliar a fábrica", diz o professor.

Mesmo com todos os problemas envolvendo a imunização, a bala de prata seria a vacina. Não será tão rápido quanto desejam, mas ela existirá. A covid-19 é uma doença novíssima, com cinco, seis meses de existência. Isso não é nada para a medicina, que lida há séculos com doenças. "Até lá, a torcida é para uma politização menor de tratamentos e respeito maior ao isolamento", diz Gilio.

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