Apesar de muitas vezes a principal motivação para alguém emagrecer ser a estética, a grande razão para uma pessoa perder peso deve ser a saúde.
A obesidade é considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) uma doença crônica —ou seja, um problema de longa duração, que muitas vezes acompanha o indivíduo para o resto da vida e exige cuidado constante. Ela pode prejudicar o organismo da cabeça aos pés, literalmente, aumentando o risco de diversas doenças (as chamadas comorbidades) e de morte precoce.
"O tecido adiposo (gordura) produz diversos hormônios e outros fatores pró-inflamatórios. Seu aumento excessivo causa uma inflamação constante e pode alterar funções de diversos órgãos", explica Rachel Freire, nutricionista especialista em obesidade, pós-doutorada em saúde pela Escola de Medicina da Universidade Harvard (EUA) e professora do Ipemed (Instituto de Pesquisa e Ensino Médico).
Um estudo publicado ano passado na revista Obesity Science and Practice rastreou dados de quase 3 milhões de adultos do Reino Unido por uma média de 11 anos. As pessoas com obesidade grau I demonstraram um risco cinco vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2, em comparação a pessoas com peso saudável. Já para quem tem obesidade grau III, o risco foi 12 vezes maior. O excesso de gordura corporal também foi associado a uma probabilidade maior de ter doenças cardíacas, AVC (acidente vascular cerebral), apneia do sono, osteoartrite, certos tipos de câncer e transtornos psiquiátricos.