A religião tem um espaço importante junto à sociedade. E, além da crença no sagrado, muitas pessoas acabam enxergando na fé a solução para cuidar da saúde mental —especialmente em locais em que o serviço público ainda não oferece um amplo atendimento psiquiátrico e psicológico ou onde transtornos são tabus, considerados "fraqueza" ou "falta de espiritualidade".
Mesmo sem comprovação científica de que, sozinha, a crença é eficaz, especialistas em saúde mental concordam que a fé e o apoio oferecido em espaços religiosos têm seu papel em um tratamento psíquico. Ajuda dependentes químicos, pessoas que sofrem com depressão ou ansiedade, estão em processo de luto ou sofreram grandes traumas a lidar com seus problemas —além de fazer com que se sintam pertencentes a um grupo, em conversas com líderes religiosos e praticantes.
No entanto, psiquiatras, psicólogos e teólogos ressaltam que é preciso haver um limite, uma vez que há transtornos que necessitam de cuidado especializado, acompanhamento em longo prazo e uso medicamentos. Abrir mão do tratamento convencional e se apoiar apenas na fé pode não solucionar o problema ou gerar questões ainda mais complicadas.