Em janeiro de 2020, dados de uma pesquisa realizada pela empresa YouGov colocaram o cultivar a espiritualidade entre os dez primeiros objetivos que as pessoas gostariam de alcançar ao longo dos então vindouros 12 meses. Naqueles dias, ninguém poderia imaginar o advento da pandemia do coronavírus, nem as perdas que toda a população do globo vivenciaria.
Contudo, quem colocou em prática esse projeto de transcendência, certamente já deve estar colhendo frutos. Isso porque a medida tem o potencial de ajudar a lidar com as vicissitudes da vida, prevenir doenças físicas e mentais, e até contribui para a longevidade.
Há tempos os médicos observam em seus pacientes necessidades espirituais, e considerá-las no momento de traçar um plano terapêutico pode aumentar as suas chances de sucesso. Esta é a razão pela qual a comunidade científica tem discutido a urgência de revisar o conceito de saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), que a define como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não só a ausência de doença ou enfermidade".
Afinal, a saúde é apenas um dos indicadores de qualidade de vida, que também consideram questões como espiritualidade, cultura, valores, entre outros fatores, na complexa equação que busca entender como os aspectos positivos e negativos da realidade de cada pessoa influenciam em seu bem-estar geral.
Enquanto a unificação desses conceitos não acontece, a ciência segue na coleta e no registro de evidências que indicam que ser espiritualizado pode ter, sim, um impacto positivo na saúde. E, mais do que isso, tal conexão pode ser o ponto de partida para o estabelecimento de um círculo virtuoso das forças que a promovem.