Aos 11 anos, as primeiras manchas brancas começaram a aparecer no rosto e no corpo da cantora Tiê Biral, 41. Na época, ela era modelo e as pessoas ficavam perguntando o que era aquilo ou a olhavam com receio de que fosse algo transmissível.
Mas o vitiligo não é transmissível. Trata-se de uma doença autoimune, em que as células de defesa do organismo, por equívoco, "atacam" e destroem os melanócitos, células responsáveis pela produção da melanina, que dá cor à pele —por isso ocorre sua despigmentação.
Apesar de ter um forte fator genético, o vitiligo é uma doença multifatorial, ou seja, pode ter várias causas. São diversos fatores que, ao interagirem entre si, levam ao surgimento das manchas brancas na pele. Mas não é algo que cause algum risco para a pessoa, apesar de trazer impactos emocionais, sobretudo em crianças.
Em entrevista ao VivaBem, Tiê lembra que as primeiras manchinhas apareceram logo após sofrer um abuso e, segundo especialistas no assunto, isso pode mesmo acontecer. Não é incomum que crianças que passam por um trauma físico ou psicológico (e já tenham outros fatores associados à doença) apresentem logo na sequência os sinais do vitiligo.
"Tinha e ainda tenho poucas manchas, mas, mesmo assim, as pessoas perguntavam, achavam que pegava —e não, né? Mas elas tinham essa aflição, e eu sofria muito", conta a artista. Como já "não tinha muito saco" para modelar, parou com os trabalhos quando estava com 15 anos e sofreu com o vitiligo até os 24, período em que, finalmente, se aceitou.