Coronavírus: proteínas no sangue podem prever gravidade, diz estudo
Cientistas descobriram 27 proteínas essenciais no sangue de pessoas infectadas com covid-19 que disseram que podem agir como biomarcadores que preveem o quão grave um portador da doença pode ficar.
Em uma pesquisa publicada no periódico científico Cell Systems nesta terça-feira, cientistas do Instituto Francis Crick britânico e da Charité Universitaetsmedizin de Berlim, na Alemanha, descobriram que as proteínas estão presentes em níveis diferentes em pacientes de covid-19, dependendo da gravidade de seus sintomas.
Os marcadores poderiam levar ao desenvolvimento de um exame que ajudaria os médicos a prever o quão grave um paciente pode ficar quando infectado com o novo coronavírus SARS-CoV-2, disseram, e também poderia fornecer novas metas para o desenvolvimento de possíveis tratamentos da doença.
A pandemia de Covid-19 já matou mais de 374 mil pessoas e infectou mais de 6,7 milhões em todo o mundo.
Médicos e cientistas dizem que os infectados com SARS-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, reagem de maneira diferente - alguns não desenvolvem nenhum sintoma, outros precisam ser hospitalizados e outros sofrem infecções fatais.
"Um exame para ajudar os médicos a preverem se é provável um paciente de covid-19 se tornar um caso grave ou não seria inestimável", disse Christoph Messner, especialista em biologia molecular do Instituto Francis Crick e coautor da pesquisa.
Segundo ele, tais exames auxiliariam os médicos a decidir a melhor forma de administrar a doença em cada paciente, além de identificar aqueles com risco maior de precisar de cuidado hospitalar ou tratamento intensivo.
A equipe de Messner usou um método chamado espectrometria de massa para examinar rapidamente a presença e a quantidade de várias proteínas no plasma do sangue de 31 pacientes de covid-19 no hospital Charité de Berlim. Depois eles validaram os resultados em 17 outros pacientes com covid-19 no mesmo hospital e em 15 pessoas saudáveis que serviram de referência.
Três das proteínas essenciais identificadas foram ligadas à interleucina IL-6, uma proteína conhecida por causar inflamação e também um marcador conhecido de sintomas graves de covid-19.
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