Topo

Fiocruz reduz em 10 milhões projeção de vacinas contra covid no 2º semestre

Expectativa agora é de que sejam entregues 100 milhões de doses; inicialmente, a previsão era de 110 milhões - José Aldenir/TheNews2/Estadão Conteúdo
Expectativa agora é de que sejam entregues 100 milhões de doses; inicialmente, a previsão era de 110 milhões Imagem: José Aldenir/TheNews2/Estadão Conteúdo

02/06/2021 16h21Atualizada em 02/06/2021 18h30

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reduziu hoje a estimativa de entrega de vacinas contra a covid-19 no segundo semestre em 10 milhões de doses, passando de 110 milhões para 100 milhões, e disse que pode haver um hiato no fornecimento do imunizante por falta de insumos.

A previsão atual de produção da Fiocruz aponta que, das 100 milhões de doses que serão entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) no segundo semestre, 50 milhões serão feitas com ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado da China e a outra metade com IFA nacional.

Antes, a perspectiva era que todas as 110 milhões de doses da vacina da AstraZeneca fabricadas pela Fiocruz no segundo semestre fossem produzidas com o IFA nacional.

Como a entrega de doses com o IFA nacional só deve ocorrer a partir de outubro, há um risco de um hiato da vacina nos meses de agosto e setembro, caso a AstraZeneca não consiga enviar os insumos adicionais antes disso.

"Estamos trabalhando e acredito que podemos reduzir esse prazo para menos de um mês e meio", disse o vice-presidente de Tecnologia da Fiocruz, Marco Krieger.

O acordo de transferência de tecnologia entre a AstraZeneca e o Brasil foi celebrado na véspera, e a Fiocruz começou a receber os bancos de células e vírus que serão usados na produção do IFA nacional.

As negociações para o acordo de transferência de tecnologia começaram em agosto do ano passado, e a Fiocruz estimava que a assinatura ocorreria antes.

A cúpula da Fiocruz disse que caberá ao PNI buscar alternativas para compensar a perda de 10 milhões, mas a fábrica de Bio-Manguinhos, unidade onde as vacinas são confeccionadas, tentará minimizar ou compensar a perda com um eventual "ganho de rendimento e produtividade", segundo o diretor Mauricio Zuma.

O diretor de Bio-Manguinhos revelou que até agora a AstraZeneca e a Fiocruz ainda não assinaram o contrato de fornecimento adicional de IFA para garantir a produção de 50 milhões de doses no segundo semestre.

"A AstraZeneca garantiu que vai ter o IFA, mas só não conseguiu ainda dar o cronograma definitivo", disse Zuma. "A gente vai ter um contrato e tem a garantia deles, mas como se sabe tem falta de vacina no mundo inteiro, mas acredito que não teremos problema com esse IFA".

A Fiocruz atualmente tem em estoque insumos suficientes para entregar 5 milhões de doses semanais sem interrupção por 8 semanas. Até o momento, a fundação entregou 47 milhões de doses ao PNI.