Medicamento experimental contra Alzheimer não atinge objetivo em teste
O candidato a medicamento da Roche contra Alzheimer não demonstrou ser capaz de desacelerar a progressão da demência em dois testes clínicos, deixando as rivais Biogen e Eisai como líderes em uma corrida de alto risco para lançar um tratamento para a doença.
A Roche disse em um comunicado nesta segunda-feira que os estudos gêmeos conhecidos como Graduate 1 e 2 não haviam atingido seu objetivo principal de mostrar que o medicamento gantenerumab poderia preservar habilidades —como da memória, solução de problemas, orientação e cuidados pessoais em pacientes que sofrem de estágios iniciais da doença de Alzheimer.
A farmacêutica suíça realizou dois estudos de concepção idêntica, cada um com cerca de 1.000 participantes, que foram examinados e consultados por médicos durante mais de dois anos. Dentro de cada estudo, os voluntários foram designados aleatoriamente para receber o medicamento injetável ou um placebo.
O medicamento foi associado a uma redução relativa no declínio clínico de 8% no Graduate 1 e 6% no Graduate 2 em comparação com o placebo, mas esses resultados não foram estatisticamente confiáveis, disse a empresa em um comunicado.
Impactos
Os analistas do Credit Suisse, que tinham visto uma chance de 20% de o medicamento atingir o pico de vendas anual de 10 bilhões de dólares, descreveram o fracasso do ensaio como "inequívoco".
Os analistas da Berenberg haviam colocado uma probabilidade de 50% de que o gantenerumab atingisse o pico de 10 bilhões de dólares.
As ações da Roche caíram 4,4% para seu menor valor em quase sete semanas
Outros estudos
A busca para desenvolver um medicamento contra Alzheimer, visando o beta-amilóide ou outras moléculas, tem sido prejudicada por uma longa lista de fracassos de estudo.
Mas a Biogen, em setembro, obteve um sucesso surpreendente com um medicamento experimental contra o Alzheimer que desenvolveu com a Eisai, reconstruindo a confiança entre executivos da indústria e pesquisadores na abordagem em torno do beta-amilóide
Biogen e Eisai disseram na época que seu candidato ao medicamento lecanemab havia desacelerado a progressão da doença do cérebro em 27% em comparação com um placebo em um grande ensaio de pacientes nos estágios iniciais do Alzheimer.
O fracasso do ensaio da Roche "elimina o maior risco competitivo do lecanemab", disse Brian Skorney, analista da Baird, em uma nota.
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