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O que você precisa saber sobre os medicamentos que toma: para que serve, como usar, efeitos colaterais


Kóide D: para que serve, como tomar, efeitos e bula completa

Veja bula completa do Koide D e para que serve o remédio Imagem: Shutterstock

Colaboração para VivaBem

03/05/2023 12h01

Composto por maleato de dexclorfeniramina, betametasona e outros componentes (sacarose, ácido cítrico, benzoato de sódio, sorbitol, propilenoglicol, cloreto de sódio, aroma de groselha e água deionizada), o Kóide D é um medicamento usado para tratar algumas alergias, como respiratórias, da pele e nos olhos.

Confira, a seguir, todas as informações encontradas na bula do Kóide D.

Koide D: para que serve e bula completa

Para que serve o Kóide D? O que ele trata?

Kóide D é indicado para o tratamento das seguintes doenças alérgicas:

  • Respiratórias, como asma brônquica grave e rinite alérgica;
  • Da pele, como dermatite atópica (eczema), dermatite de contato, reações medicamentosas e doença do soro (reação alérgica grave);
  • Inflamatórias oculares, como ceratites (inflamações da córnea), conjuntiva (conjuntivite) e das partes internas do olho (irite não-granulomatosa, coriorretinite, iridociclite, coroidite e uveíte).

Nas doenças dos olhos, Kóide D impede o desenvolvimento da fase aguda da inflamação, que se caracteriza pela produção de secreções. Desse modo, o medicamento contribui para preservar o globo ocular, enquanto se realiza o tratamento da infecção ou de outro distúrbio.

Como tomar Kóide D?

O medicamento deve ser usado via oral. Será o seu médico o responsável por prescrever uma dosagem individualizada com base na doença a ser tratada e na gravidade do problema.

Dito isto, veja abaixo a dosagem recomendada na bula de Kóide D, de acordo com a faixa etária:

  • Crianças de 2 a 6 anos de idade: 1,25 ml a 2,5 ml, 3 vezes ao dia. A ingestão total diária não deve ultrapassar 10 ml de xarope, e deve ser dividida em quatro vezes em um período de 24 horas.
  • Crianças de 6 a 12 anos de idade: a dose recomendada é de 2,5 ml, 3 vezes ao dia. A ingestão diária não deve ultrapassar 20 ml de xarope, e deve ser dividida em quatro vezes em um período de 24 horas.
  • Adultos e crianças maiores de 12 anos de idade: a dose inicial recomendada é de 5 ml a 10 ml, 3 a 4 vezes ao dia. A ingestão diária não deve ultrapassar 40 ml de xarope, e deve ser dividida quatro vezes em um período de 24 horas.

Vale reforçar que as doses devem ser ajustadas de acordo com a resposta do paciente e a gravidade do problema. Portanto, se uma dose diária adicional for solicitada, deverá ser usada preferencialmente antes de se deitar para dormir.

Já quando os sintomas da alergia respiratória estiverem adequadamente controlados, o médico deverá considerar seguir uma estratégia de tratamento da seguinte forma: retirar lentamente o medicamento e incluir um tratamento isolado com um anti-histamínico.

Dessa forma, siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Qual a eficácia e como o Kóide D age?

Em alergias dermatológicas, um estudo randomizado e controlado, que usou 2 mg de maleato de dexclorfeniramina junto com 0,25 mg betametasona, 3 vezes por dia, chegou à conclusão de que a duração do tratamento deveria ser de 14 dias.

Além disso, após dois dias de tratamento, 60% dos pacientes já notaram alívio dos sintomas. Ao fim dos 14 dias de tratamento, o estudo observou uma redução dos sintomas em 79% dos pacientes.

As doenças dermatológicas analisadas foram:

  • Dermatite de contato;
  • Eczema subagudo (manchas avermelhadas na pele com bolinhas d´água);
  • Dermatite actínica (alergia na pele após ficar muito tempo exposto aos raios solares);
  • Neurodermatite (processo inflamatório na pele causado pelo ato de coçar);
  • Eczema numular (causa inflamação na pele de forma crônica);
  • Líquen plano (surgimento de caroços achatados e roxos na pele);
  • Líquen simples crônico (dermatite causada por coçar a pele constantemente);
  • Dermatite atópica (inflamação na pele que leva ao aparecimento de lesões e coceiras).

Já em outro estudo, foram observados pacientes com alergias respiratórias (asma brônquica, rinite alérgica) e cutâneas (urticária, edema angioneurótico, que é um inchaço indolor na pele causado por medicamento, pelos de animais, entre outros fatores, dermatite atópica e eritema nodoso, que também causa inchaço na pele como reação a medicamento ou por conta de infecção bacteriana, fúngica ou viral) tratados com maleato de dexclorfeniramina e betametasona, sendo 1 comprimido a cada 12 horas durante 8 a 10 dias.

Ao fim do tratamento, 75,4% dos pacientes tiveram os resultados classificados como excelente.

Quais as diferenças do uso em adultos e crianças ou bebês?

Bebês menores de 2 anos não podem tomar Kóide D.

Para crianças com mais de 2 anos e adultos, a diferença está na dosagem do medicamento, como mostramos no item anterior.

Em idosos, o uso de anti-histamínicos como esse pode causar sedação, vertigem e hipotensão. Por isso, é recomendada cautela nesses pacientes, pois eles são mais vulneráveis as reações adversas.

Quais os possíveis efeitos colaterais e reações do Kóide D?

Este medicamento pode causar reações não desejadas. Informe ao seu médico caso qualquer um dos efeitos abaixo venha a ocorrer.

Os efeitos colaterais de Kóide D estão divididos de acordo com cada componente do medicamento. Veja:

Reações comuns (ocorrem entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

  • Betametasona: reações gastrintestinais, musculoesqueléticas, distúrbios eletrolíticos (quando ocorre grande perda de eletrólitos no sangue, como sódio, potássio, entre outros), dermatológicos, neurológicos, endócrinos, oftálmicos, metabólicos e psiquiátricos.
  • Maleato de dexclorfeniramina: as reações são similares às relatadas com outros anti-histamínicos. Sonolência leve à moderada é o efeito adverso mais frequente.
  • Gerais: urticária (irritação na pele), exantema cutâneo (manchas vermelhas na pele), choque anafilático (reação alérgica gravíssima), fotosensibilidade (sensibilidade à luz), transpiração excessiva, calafrios, secura da boca, nariz e garganta.

Reações raras (ocorrem entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

  • Maleato de dexclorfeniramina: reações cardiovasculares, hematológicas (do sangue), neurológicas, gastrintestinais, geniturinárias (trato urinário) e respiratórias.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Relate o problema também o fabricante do medicamento por meio do seu serviço de atendimento.

Em casos de efeitos colaterais, notifique ainda o Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível clicando aqui, ou a Vigilância Sanitária Municipal.

Kóide D dá sono?

Sim. Por isso, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.

Quais as contraindicações do Kóide D? Quem não deve tomar?

Não utilize este medicamento se você já teve qualquer alergia ou alguma reação incomum a qualquer um dos componentes da fórmula do produto.

Além disso, Kóide D está contraindicado em pacientes com infecção por fungos, em prematuros e recém-nascidos, nos pacientes que estejam recebendo terapia com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) e nos que demonstrarem hipersensibilidade a qualquer dos componentes de sua fórmula ou a fármacos de estrutura química similar.

Este medicamento é contraindicado para menores de 2 anos de idade.

Atletas devem saber que este medicamento é considerado doping.

Grávida pode tomar Kóide D?

Será o seu médico quem deverá avaliar se há ou não necessidade de usar Kóide D durante a gravidez, na amamentação e por mulheres em idade fértil.

Crianças nascidas de mães que receberam doses altas de corticosteroides durante a gravidez devem ser cuidadosamente observadas, pois podem apresentar diminuição da produção de corticosteroides pelas glândulas suprarrenais (responsáveis pela produção de hormônios como a adrenalina e noradrenalina).

Já os recém-nascidos devem ser avaliados quanto à possibilidade de ocorrência de catarata congênita (doença dos olhos).

Por isso, caso engravide durante o tratamento ou após o seu término, informe imediatamente seu médico.

Converse com seu médico sobre outros medicamentos que esteja tomando ou pretende tomar, pois, como visto, eles poderão interferir na ação de Kóide D.

Interação medicamentosa: pode tomar Kóide D com outros medicamentos?

Interação com a betametasona: avise seu médico caso você esteja tomando algum dos seguintes medicamentos:

  • Fenobarbital;
  • Fenitoína;
  • Estrogênios (hormônios femininos);
  • Diuréticos depletores de potássio;
  • Glicosídeos;
  • Cardíacos (digitálicos);
  • Anfotericina B;
  • Anticoagulantes cumarínicos;
  • Hormônios de crescimento.

Usar Kóide D juntamente com anti-inflamatórios não hormonais ou álcool pode resultar em aumento de incidência ou gravidade da úlcera no estômago ou no duodeno (parte do intestino).

Interação com maleato de dexclorfeniramina: avise seu médico caso você esteja tomando algum dos seguintes medicamentos:

  • Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), pois estes podem prolongar e intensificar os efeitos dos anti-histamínicos.
  • Antidepressivos tricíclicos, barbitúricos podem potencializar o efeito sedativo da dexclorfeniramina.
  • A ação dos anticoagulantes cumarínicos pode ser reduzida pelos anti-histamínicos.

Interação medicamento-exame laboratorial

Os corticoides podem afetar o teste nitroblue tetrazolium para infecção bacteriana e produzir resultados falso negativos.

Portanto, informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. E não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Que cuidados são necessários ao tomar o Kóide D?

Os cuidados são divididos de acordo com os componentes deste medicamento. Veja só:

Betametasona: poderão ser necessários ajustes na dosagem de acordo com a remissão (volta) ou aumento da doença, com a resposta individual do paciente ao tratamento ou com a exposição do paciente a situações de estresse emocional ou físico, como: infecção, cirurgia ou traumatismo.

Além disso, poderá ser necessário acompanhamento clínico durante um período de até um ano após o término de tratamentos prolongados ou com doses elevadas.

Pode ocorrer insuficiência suprarrenal secundária (deficiência do hormônio adrenocorticotrófico, produzido pelos rins) quando houver retirada rápida de Kóide D. Por outro lado, esta insuficiência pode ser evitada mediante redução gradativa da dose.

Os efeitos dos corticosteroides são aumentados em pacientes com hipotireoidismo (diminuição dos hormônios da tireoide) ou nos pacientes com doença no fígado.

Caso você tenha herpes simples ocular (um tipo de doença nos olhos), avise o seu médico, pois há risco de perfuração da córnea.

Além disso, Kóide D pode agravar os quadros prévios de instabilidade emocional ou tendências psicóticas.

Avise seu médico caso você tenha uma ou mais das seguintes condições:

  • Colite ulcerativa inespecífica (inflamação do intestino com ulceração);
  • Abscesso ou contra infecção com pus;
  • Diverticulite (inflamação na parte interna do intestino);
  • Cirurgia recente do intestino;
  • Úlcera do estômago ou intestino;
  • Doença nos rins;
  • Pressão alta;
  • Osteoporose (diminuição do cálcio nos ossos)
  • Miastenia gravis (doença autoimune na qual existe intensa fraqueza muscular).

Kóide D, assim como outros medicamentos contendo corticoides, pode mascarar alguns sinais de infecção e novas infecções podem surgir durante sua administração. Isso porque, quando os corticosteroides são usados, pode ocorrer diminuição na resistência ou dificuldade em localizar a infecção.

O uso prolongado de Kóide D pode causar catarata subcapsular posterior (doença dos olhos), glaucoma com risco de lesão do nervo ótico e aumento do risco de infecções oculares secundárias causadas por fungos ou vírus.

Os corticosteroides podem causar elevação da pressão arterial, retenção de sal e água e aumento da excreção de potássio. Por isso, seu médico poderá recomendar uma dieta com pouco sal e a suplementação de potássio durante o tratamento. Vale saber que todos os corticosteroides aumentam a excreção de cálcio.

Não consuma álcool durante o tratamento com Kóide D.

Você não deverá ser vacinado contra varíola durante o tratamento. Outros tipos de vacinação não devem ser realizados em pacientes que estejam recebendo corticosteroides, especialmente em altas doses. Por isso, evite contato com pessoas acometidas de varicela ou sarampo, enquanto estiver tomando Kóide D.

Mas, caso ocorra o contato, procure orientação médica. Essa recomendação é particularmente importante para as crianças.

O tratamento com Kóide D na tuberculose ativa deve estar restrito aos casos de tuberculose fulminante ou disseminada, nos quais os corticosteroides são usados em associação com medicamento para o tratamento da tuberculose. Caso haja indicação de Kóide D para pacientes com tuberculose que ainda não se manifestou ou com resultado positivo para tuberculina, em teste realizado na pele, faz-se necessária uma avaliação criteriosa diante do risco de reativação.

Durante tratamento prolongado com este medicamento, seu médico deverá recomendar um tratamento preventivo contra tuberculose.

O crescimento e desenvolvimento de crianças de baixa idade, sob terapia prolongada com Kóide D, devem ser monitorizados com cuidado, uma vez que o uso de corticosteroides pode interferir na taxa de crescimento normal e diminuir a produção de corticosteroides pelas glândulas suprarrenais (responsáveis pela produção de hormônios como a adrenalina e noradrenalina).

A corticoterapia (tratamento com corticoides) pode alterar a mobilidade e o número de espermatozoides.

Maleato de dexclorfeniramina: avise seu médico se você apresenta alguma das doenças abaixo, pois o uso do maleato de dexclorfeniramina deve ser feito com cautela nestes casos:

  • Glaucoma de ângulo estreito (doença dos olhos);
  • Úlcera do estômago ou duodeno com estreitamento da sua luz (úlcera estenosante);
  • Obstrução da saída do estômago;
  • Aumento da próstata ou obstrução da saída da bexiga;
  • Doenças do coração e dos vasos sanguíneos, entre elas a pressão alta, nos pacientes com pressão intraocular elevada ou aumento dos hormônios da tireoide.

Precisa de receita médica para comprar Kóide D?

Sim.

Como armazenar o Kóide D?

Este medicamento deve ser conservado em temperatura ambiente (entre 15ºC e 30ºC) e protegido da luz.

Não use Kóide D com o prazo de validade vencido. E guarde-o em sua embalagem original.

Características do produto: líquido límpido, um pouco denso, com tom incolor a levemente amarelado.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

E lembre-se: todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

O que fazer caso tenha esquecido de tomar o Kóide D?

Se você esquecer de tomar uma dose na hora certa, tome-a assim que possível e depois reajuste os horários de acordo com esta última dose, continuando o tratamento de acordo com os novos horários programados.

Portanto, não tome duas doses de uma vez para compensar a dose esquecida. E em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

O que pode acontecer em caso de superdosagem?

Kóide D® é uma associação de medicamentos, por isso a toxicidade potencial de cada um dos seus componentes deve ser considerada.

Desse modo, a toxicidade de uma dose excessiva única de Kóide D pode ocorrer particularmente por conta da dexclorfeniramina. A dose letal estimada do maleato de dexclorfeniramina é de 2,5 a 5,0 mg/kg.

Uma dose única excessiva de corticosteroide, em geral, não produz sintomas agudos. Os efeitos somente ocorrem com o uso repetido de altas doses.

Já as reações de superdose de anti-histamínicos podem variar desde depressão do Sistema Nervoso Central a sua estimulação. Secura da boca, pupilas dilatadas e fixas, febre, rubor facial e sintomas gastrintestinais podem ocorrer.

Em crianças, a estimulação ocorre de forma dominante, podendo provocar alucinações, perda de coordenação e convulsões.

Adultos podem apresentar um ciclo de depressão com torpor e coma, seguido de uma fase de excitação levando a convulsões.

Tratamento: em caso de superdose, procure um serviço médico para tratamento de emergência imediatamente. É recomendada a consulta a um centro de intoxicação. Considerar as medidas padrão para remover qualquer quantidade de medicamento não absorvida, por exemplo, carvão ativado e lavagem gástrica.

A diálise não tem sido considerada útil. Não existe um antídoto especifico. Medidas para aumentar a eliminação (acidificação urinaria, hemodiálise) não são recomendadas.

O tratamento de sinais e sintomas de superdose é essencialmente sintomático e de suporte.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.

Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Fonte: Revisão técnica do texto feita por: Janderley Matos, farmacêutico e coordenador do curso de farmácia do UniNassau (Centro Universitário Maurício de Nassau), em Caruaru (PE)

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