Dieta

Jejum intermitente traz benefícios, mas estudos ainda são recentes

Já faz algum tempo que passar horas sem se alimentar caiu no gosto de quem busca perder peso. Chamado de jejum intermitente, esse tipo de dieta realmente emagrece rapidamente e já foi relacionado com diversos benefícios à saúde.

Em 2019, Uma revisão de diversos estudos feitos em animais e humanos mostrou que o jejum intermitente pode controlar a pressão sanguínea, ajudar na perda de peso e melhorar a longevidade. Publicada no periódico The New England Journal of Medicine, a pesquisa apoia a prescrição do método para prevenir obesidade, câncer, diabetes e problemas no coração.

O jejum é uma prática milenar, realizada por diferentes civilizações e culturas ao longo da história. Portanto, seja por opção, seja por falta de disponibilidade, nosso corpo está mais do que adaptado a ficar longos períodos sem comer. E diversos estudos mostram ainda que isso pode trazer benefícios para o organismo além da perda de peso, como redução no risco de doenças cardíacas, combate ao diabetes e melhora da pressão arterial.

A dieta é polêmica. É possível encontrar nutricionistas, cientistas e profissionais da saúde que o criticam ou o defendem. Apesar de não haver um consenso, uma coisa é fato: ele emagrece. Com a adoção do jejum pode ocorrer uma redução de calorias diárias, o que favorece a perda de peso.

Fazer jejum é seguro?

Se você está grávida, amamentando, é diabético ou tem uma condição que exige que fique atento aos níveis de açúcar no sangue, melhor evitar esse tipo de dieta. Um longo período de restrição poderia induzir a hipoglicemia, que é a queda dos níveis de glicose no sangue, e trazer consequências mais graves.

Os grupos vulneráveis incluem idosos, menores de 18 anos, aqueles que estão sob medicação, aqueles com baixo IMC (índice de massa corporal) e quem tem problemas emocionais ou psicológicos envolvendo alimentos, incluindo qualquer história de distúrbios alimentares.

Além disso, alguns grupos de pessoas correm maior risco de efeitos negativos associados ao jejum, que podem incluir dores de cabeça, tonturas e incapacidade de concentração.

O jejum funciona para eliminar os quilos extras, mas não pode ser considerado melhor (nem pior) do que vários outros programas para perda de peso. Uma pesquisa publicada no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition concluiu que o jejum e tão eficiente para emagrecer ou melhorar a saúde metabólica quanto uma dieta em que as pessoas reduziram cerca de 20% de sua ingestão calórica.

Ele realmente emagrece?

Os resultados de perda de peso de qualquer estratégia alimentar dependem principalmente da capacidade da pessoa em manter o cardápio saudável por um longo período (se possível para o resto da vida). Nesse ponto, o jejum pode ser ruim para alguns indivíduos que não conseguem se adaptar aos períodos de restrição e desistem da prática --e às vezes voltam a comer muito mais, sofrendo um efeito sanfona.

Os jejuns mais comuns e como fazer

O indivíduo se alimenta normalmente dia sim, dia não. Nos dias de "jejum", a pessoa pode comer apenas uma pequena refeição com cerca de 500 calorias. Você pode comer o que quiser, desde que nos dias de jejum você ingira apenas essa quantidade de calorias.

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Aqui a pessoa se alimenta normalmente cinco dias por semana e nos outros dois come cerca de 500 calorias. Esse tipo de jejum tem sido associado à melhoria do reparo do DNA e da função cerebral. Um aumento na perda de gordura também foi demonstrado em um estudo da Universidade de Manchester, publicado em 2011. 

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Essa dieta envolve jejum completo por um dia e alimentação normal pelo resto da semana. Famosa pelo vocalista do Coldplay, Chris Martin, ela não é muito aconselhável, já que quem a adere não pode comer nenhum alimento (apenas beber água), provavelmente fazendo com que o indivíduo perca músculos.

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Basicamente, envolve pular uma refeição (café da manhã ou jantar) e estender o jejum noturno (enquanto você está dormindo) para algo em torno de 16 horas. Assim, a pessoa tem uma janela de 8 horas por dia para se alimentar. A vantagem dessa dieta é que ela se encaixa mais fácil à rotina.

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Fontes: Lara Natacci, nutricionista da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição), e Christian Cruz, nutricionista da clínica Equilibrium Consultoria, consultados em reportagem de janeiro de 2019.

Publicado em 21 de janeiro de 2021