Sem Frescura: tem algum problema engolir a água do mar ou da piscina?
Gabriela Ingrid
Do VivaBem, em São Paulo
10/02/2020 04h00
Você é daquele tipo que quando vai para a praia não pode ver uma virose que já sai pegando? Olha, eu te entendo. E o pior de tudo é que, para ficar doente, muitas vezes você nem precisa levar aquele caldo caprichado que faz você beber meio litro de água do mar.
Como isso é possível? Bem, em primeiro lugar é bom a gente deixar claro: praia, no verão, é um lugar propício a te deixar doente.
Deixando de lado doenças de pele, como micoses e bicho geográfico, o passeio na praia pode render uma infecção por parasitas, vírus ou bactérias.
A infecção por esses microrganismos pode acontecer de várias formas e a água do mar é só uma delas. Você pode, por exemplo, ficar doente por comer algum alimento contaminado e acabar achando que foi por causa daquele seu mergulho.
Ou, pior ainda, a infecção pode ocorrer pelo ar, especialmente no caso dos vírus que causam a gastroenterite viral, a popular virose. Como as praias costumam estar com mais pessoas nessa época do ano, a chance de contágio aumenta.
Isso também vale para a água do mar, que mesmo sendo considerada própria para banho, pode acabar contaminada devido ao grande número de banhistas. A grande quantidade de pessoas também pode provocar uma sobrecarga no sistema de esgoto das cidades litorâneas, especialmente as menores, o que pode levar à contaminação da orla.
Além disso, alguns vírus causadores desses problemas costumam se propagar quando o clima está quente. Ou seja, o verão acaba sendo ideal para eles.
Para diminuir as chances de contrair uma virose, o melhor a se fazer é seguir algumas dicas. Em geral, elas são básicas, como evitar engolir água do mar, ficar em aglomerações e consumir alimentos de origem duvidosa.
Caso nada disso tenha resolvido e você está no meio de um piriri, a recomendação é analisar a situação. Apesar de desagradáveis, os sintomas das viroses "convencionais" podem incluir uma leve febre que dura de três a quatro dias, sendo que o intestino leva cerca de 14 dias para se normalizar.
Já se a infecção for bacteriana, a situação tende a ser mais grave. Febre alta e prostração excessiva, vômitos e diarreia com sangue são alguns dos sintomas.
Em ambos os casos, o melhor a se fazer é manter-se hidratado e procurar um médico para avaliar o quadro e dar o tratamento apropriado.
Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Érico Souza de Oliveira, clínico geral e nefrologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP); Deborah Ascar Requena Perez, coordenadora da Unidade de Internação Pediátrica do Hospital Assunção - Rede D'Or São Luiz (SP); Carolina Lázari, infectologista do Fleury Medicina e Saúde; Márcia Wehba, gastroenterologista do Fleury Medicina e Saúde.