Sem Frescura: por que acordamos com bafo?
Gabriela Ingrid
Do VivaBem, em São Paulo
18/05/2020 04h00
Que atire a primeira pedra quem não fica com aquele gosto horrível na boca logo após acordar e que só sai depois que você levanta e escova os dentes. Mas será que isso é normal ou significa que há algum problema com a sua saúde?
Bem, vamos começar pela boa notícia. Sim, acordar com mau hálito é algo totalmente normal e tem a ver com um fluxo menor de saliva dentro da boca, o que acontece em momentos de jejum prolongado, como durante uma noite de sono.
Sem saliva, restos de comida que podem ficar entre os dentes ou na língua acabam fermentando e podem gerar sulfeto de hidrogênio, o que causa o cheiro ruim.
Isso fica ainda pior em pessoas que tem problemas respiratórios e acabam dormindo de boca aberta, já que a tendência é a região ficar ainda mais seca e, claro, mais fedida.
Geralmente, uma boa escovação resolve o problema, mas aqui vale prestar atenção para ver se o problema não persiste ao longo do dia. Isso porque a halitose, ou o popular mau hálito, ocorre em até 50% da população. Normalmente, ela ocorre por causa de problemas na boca, como cáries e periodontites.
Porém, em alguns casos, pode também ser consequência de doenças como diabetes, cetoacidose, insuficiência hepática e refluxo gastroesofágico. Em todos esses casos, o melhor a se fazer é procurar um médico.
Mas se não aparenta ser sério, algumas dicas podem ajudar a diminuir o problema pelas manhãs. Além de escovar bem os dentes antes de dormir, outra recomendação é evitar alimentos muito condimentados à noite e também se alimentar próximo da hora de dormir.
Isso não garante que você acorde sem bafo, mas ao menos vai ajudar a diminuir o problema.
Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Henrique Perobelli, gastroenterologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Patrícia Marinho Oliveira, gastroenterologista do Fleury Medicina e Saúde; Cinara Martins, gastroenterologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Renato Walch, diretor médico da Amparo Saúde e Ricardo Barbuti, gastroenterologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.