Sem Frescura: por que os pelos encravam? É o mesmo que foliculite?
Gabriela Ingrid
Do VivaBem, em São Paulo
30/11/2020 04h00
Vamos combinar: se tem uma coisa chata é quando surge um pelo encravado no corpo. E, pior: parece que ele escolhe a dedo onde vai aparecer e, geralmente, é em áreas mais escondidas ou mais sensíveis do corpo.
Basicamente, isso ocorre quando há alguma lesão na saída do folículo, estrutura onde nascem os pelos. Isso impede que o pelo siga a sua trajetória habitual, acabe se curvando e nasça "para dentro", causando uma lesão ao penetrar de novo na pele.
A partir daí, nosso corpo entende que ele é um corpo estranho e desencadeia uma reação inflamatória, o que faz a região inchar, ficar vermelha, dolorida e, em alguns casos, acumular pus.
Aqui, é importante diferenciarmos a foliculite do pelo encravado. A foliculite, no caso, é quando há uma infecção do folículo piloso por bactérias ou outros micro-organismos, em decorrência de um pelo encravado.
E por que pelos costumam encravar em regiões mais escondidas ou sensíveis? A resposta para isso é que regiões como dobras ou, ainda, que passam constantemente por processos como raspagem por lâminas ou depilação estão mais sujeitas a lesões nas saídas dos pelos. Com isso, a chance de eles terem seu caminho interrompido e encravarem aumenta.
De qualquer maneira, caso você esteja com um pelo encravado, a primeira coisa a se fazer é evitar apertar ou remover à força. Muitas vezes, o pelo acaba chegando à superfície por conta própria e o problema se resolve.
Agora, se há algum tipo de inflamação, o melhor a se fazer é caprichar na higiene da região, inclusive com sabonetes bactericidas e observar a evolução. Caso não melhore, resta ir a um especialista, que provavelmente receitará o uso anti-inflamatórios e antibióticos tópicos e poderá remover o pelo.
Já para evitar o surgimento de novos pelos assim, é bom não usar roupas muito apertadas, especialmente em regiões onde o problema é recorrente. Na hora de se depilar ou fazer a barba usando lâminas, vale preparar a pele com um água morna e passar a lâmina no sentido do crescimento do pelo. Loções pós-barba e hidratantes também ajudam a "acalmar" a pele depois da depilação.
Outro procedimento recomendado é esfoliar essas regiões. Neste caso, o melhor a se fazer é buscar orientações sobre frequência e produtos com um especialista.
E, se ainda assim o problema persistir, considere fazer uma depilação definitiva no local e, trocadilhos à parte, cortar o mal pela raiz.
Roteiro: Rodrigo Lara. Fontes: Fernando Macedo, dermatologista do Fleury Medicina e Saúde; Camila Stangarlin, dermatologista da DaVita Serviços Médicos; Silvana Coghi, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo; Leonardo Abrúcio, dermatologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Camila de Camargo Hoffmann Longo, dermatologista da Unidade Vergueiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.