Tenho TOC e vivo com receio de me infectar no sexo; como lido com isso, Jairo?
No vídeo de hoje do "Papo Cabeça", o leitor diz que sofre com TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e fica muito tenso nas relações sexuais, com medo de se infectar durante elas. Ele pergunta ao psiquiatra especialista em sexualidade Jairo Bouer como lidar melhor com a situação.
O Dr. Jairo Bouer explica que o TOC é um transtorno de ansiedade em que a pessoa tem algumas preocupações exageradas e, por causa delas, desenvolve certas compulsões (repetições de comportamento), na tentativa de aliviar a angústia. "Pessoas com TOC por contaminação, por exemplo, ficam lavando as mãos muitas vezes seguidas, tomam banhos demorados, evitam tocar em maçanetas etc., tudo por medo de se infectarem", explica Jairo.
O médico diz que, no caso do leitor, a preocupação em se contaminar parece estar mais focada na questão sexual. Isso faz com que não relaxe e possa ter dificuldade durante a relação e também depois, devido ao medo de ser se infectado com uma IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis).
"O ideal é buscar acompanhamento de profissionais da saúde mental. Um psiquiatra vai avaliar se você tem mesmo TOC e orientar em como tratar o problema, se é necessário o uso de medicamentos. Já a terapia pode ajudar a lidar com as situações que geram a ansiedade e a encontrar formas de controlar as compulsões", orienta Bouer.
O psiquiatra reforça que usar preservativo na transa é fundamental e será ainda mais benéfico nesse caso, pois além de "funcionar na prática", evitando doenças sexualmente transmissíveis, vai ter um efeito psicológico e deixará o leitor um pouco mais tranquilo, pois ele não precisará ficar receio de ter se infectado. "Para diminuir a ansiedade, também é importante ter a consciência de que é muito pequeno o risco de contaminação em momentos de intimidade sem penetração, como a masturbação mútua ou outros contatos com a parceira", afirma Jairo Bouer.
Papo Cabeça é um programa semanal do VivaBem em que o Dr. Jairo Bouer, psiquiatra formado pela USP (Universidade de São Paulo), tira dúvidas dos leitores sobre saúde mental. Tem uma dúvida? Mande para vivabemuol@uol.com.br.
USP realiza pesquisa sobre comportamento sexual
Para entender o comportamento sexual em diversas regiões do mundo, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), ao lado de outros 45 países, está realizando um grande estudo sobre o tema. A ideia é examinar diferentes comportamentos sexuais, incluindo aspectos positivos, como a satisfação e o desejo sexual, e os negativos, como os riscos e problemas do funcionamento sexual.
Um dos questionários já está disponível e pode ser respondido até o final de março de 2022 —qualquer pessoa a partir de 18 anos pode participar: clique aqui para responder ao questionário.
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