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Com "50 tons de rosa", Mangueira homenageia Cartola, Jamelão e Delegado

Do UOL, em São Paulo*

22/04/2022 23h42Atualizada em 23/04/2022 01h30

A Mangueira, segunda escola a cruzar a Marquês de Sapucaí nesse primeiro dia de desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro, entrou na avenida homenageando três pilares do samba: Cartola, Jamelão e Delegado. Angenor, José e Laurindo, primeiros nomes do poeta, do cantor e do mestre-sala, batizam o samba-enredo da rosa e verde.

Neste ano, o carnavalesco Leandro Vieira apostou com força nas cores da escola —algo que abriu mão nos últimos desfiles— para decorar os carros e também colorir fantasias. São "50 tons de rosa" na avenida, como declarou o carnavalesco à Globo. O conjunto de fantasias, inclusive, foi grande destaque.

O sambista Nelson Sargento, que morreu em maio do ano passado aos 96 anos, também foi homenageado no carro abre-alas. Enquanto integrantes fantasiados de Cartola, Jamelão e Delegado sambavam na alegoria, uma foto de Nelson Sargento surgiu no topo do carro.

Outro destaque do carro foram as rosas que subiam a cada vez que Cartola entoava "As Rosas Não Falam", um de seus maiores sucessos. Alegorias gigantes de baianas vieram à frente da ala das baianas, já que também são baluartes da escola. Porém, os tripés tiveram problemas na locomoção ainda no início do desfile.

Um dos fundadores da escola, Cartola foi quem escolheu os tons verde e rosa como as cores da agremiação, além de ter dado o nome de Mangueira. A ala O Rei da Mangueira trazia componentes com uma roupa colorida clássica do poeta e compositor. Ele e Dona Zica ainda foram homenageados em uma alegoria cenográfica. Um dos carros exalava o perfume de flor de laranjeira, o favorito de sua amada.

As obras e trajetórias de Cartola, Jamelão e Delegado surgiram, respectivamente, em esculturas, fantasias e alegorias. O desfile seguiu uma sequência referências de cada um dos homenageados.

Com total entrosamento, Squel Jorgea e Matheus Olivério —o casal de mestre-sala e porta-bandeira— foram o ponto alto do desfile. Eles desfilaram em uma posição fora do comum, em frente à bateria.

Na última alegoria, que homenageava Delegado, um enorme boneco do mestre-sala girava em cima da alegoria, como uma bailarina em cima de uma caixinha de música. À frente do carro seu filho, Ezio San, e em cima do carro sua irmã, Tia Suluca. Apesar da criatividade e boa execução, as alegorias estavam muito enquadradas em cubos.

A rainha de bateria Evelyn Bastos desfilou com uma lace cor-de-rosa e costeiro verde e rosa, celebrando as cores da escola. Já a cantora Alcione, que desfilou como destaque em um dos carros, foi ovacionada ao descer do carro já na dispersão.

Apesar da bonita homenagem para os baluartes, a Mangueira corre pelo título sem trazer um desfile tão competente como os dos últimos anos.

*colaborou Valmir Moratelli, do Rio

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