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Paraíso do Tuiuti faz bom desfile, mas carro emperra e escola estoura tempo

Do UOL, em São Paulo*

23/04/2022 22h45Atualizada em 24/04/2022 14h24

A Paraíso do Tuiuti abriu hoje a segunda noite de desfiles do grupo especial do Carnaval do Rio de Janeiro com um samba que homenageia a negritude e seus ícones. O carnavalesco Paulo Barros montou o desfile em que personalidades negras surgem como divindades africanas.

Mas o que já era bastante esperado na avenida era a interação entre rainha e princesa de bateria. A princesa Mayara Lima viralizou com um vídeo antes do Carnaval e ganhou todos os holofotes. Já Thay Magalhães, a rainha de bateria, confessou em entrevista ao UOL antes de desfilar que pensou em desistir.

Na concentração, quando o nome de Thay Magalhães foi anunciado nas caixas de som, silêncio. Já quando a escola anunciou a princesa Mayara Lima, a Sapucaí respondeu com muitos aplausos. A princesa, no entanto, teve problema com sua fantasia que teve uma parte solta durante o desfile.

Destaque ainda para Dandara Ventapane, porta-bandeira da escola, que vai abrir e fechar os desfiles de hoje no Rio. Isso porque, além de desfilar pela Paraíso do Tuiuti, ela volta a desfilar com a última escola que entra na avenida, a Vila Isabel, que vai homenagear seu avô, o cantor Martinho da Vila. Para completar a noite, ao final do desfile ela foi pedida em casamento no estúdio da Globo

A Paraíso do Tuiuti fez um desfile correto e que empolgou o público, mas teve de correr no final, já que o último carro entrou na Sapucaí com uma hora de desfile, ou seja, faltando dez minutos para o tempo limite, de 70 minutos.

Ao final, mesmo com a correria, a escola estourou dois minutos do tempo, terminando o desfile em 72 minutos. O atraso automaticamente tira dois décimos da nota final da Paraíso do Tuiuti.

Houve complicações nos minutos finais. O último carro emperrou perto do portão e integrantes da bateria tiveram que ajudar a empurrar. O portão da Marquês de Sapucaí também emperrou e foi usada uma corda para finalizar o desfile.

Como foi o desfile

Essa foi a primeira vez que Paulo Barros assinou um enredo afro. O Carnavalesco investiu na estética de uma áfrica futurista, rica. Não aquela mais rústica e clássica.

Para isso, usou sósias de diversas personalidades. Cruzaram a Marquês de Sapucaí Nelson Mandela, Barack Obama, Chadwick Boseman, Beyoncé, entre outros. Representando o Brasil, Dandara e Zumbi dos Palmares, Serginho do Pandeiro, Mãe Stella.

Mercedes Batista, primeira bailarina negra do Municipal do Rio, que já tinha sido homenageada ontem na abertura do desfile do Salgueiro, voltou a ser lembrada na avenida pela Paraíso do Tuiuti.

A abertura trouxe comissão de frente representando o surgimento do homem, a partir da criação de Oxalá. Componentes negros quase nus fizeram sucesso quando passaram em frente às arquibancadas.

Um dos pontos fortes foi a bateria. As paradinhas durante refrões silenciavam totalmente os instrumentos. A Paraíso do Tuiuti deve tirar 10 em harmonia, embora a evolução tenha deixado a desejar.

*colaborou Valmir Moratelli, do Rio

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