Lançado pela Fiat pouco mais de um mês atrás, o Pulse é provavelmente a aposta mais ousada da marca desde o lançamento da picape Toro e segue o mesmo propósito: colocar na gama da companhia produtos com maior valor agregado.

O segmento de SUVs compactos é um dos quais a Fiat não estava presente e o Pulse chega para ocupar este espaço. O modelo vem com uma gama bastante ampla e vai brigar com uma série de rivais já estabelecidos, mas alguns serão rivais mais diretos, como VW Nivus e Honda WR-V.

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Além de ser um produto totalmente novo, o Pulse também foi o responsável por estrear o motor 1.0 turboflex da Stellantis e chegada do câmbio automático CVT nos carros da marca.

Agora, será que todo esforço, novidade e pacote serão suficientes para o Pulse ser bem aceito? UOL Carros avaliou a versão de topo, Impetus T200, que custa R$ 119.690 para descobrir o que ele tem de bom e onde estão os pecados do Pulse.

Fiat Pulse Impetus T200

Carros

3,1 /5

USUÁRIOS

3,8 /5

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ENTENDA AS NOTAS DA REDAÇÃO

Consumo

2,0

Desempenho

4,0

Design

3,0

Equipamentos

4,0

Espaço Interno

2,0

Manutenção

3,0

Segurança

4,0

Pontos Positivos

• Equipamentos
• Motor e câmbio
• Dirigibilidade

Pontos Negativos

• Consumo
• Espaço interno

Veredito

Em geral o Pulse é um carro bem resolvido, tem boa mecânica, tem uma lista de equipamentos desejável e muitas tecnologias que atraem o consumidor conectado dos dias atuais. Seus maiores pecados estão em parecer demais visualmente com o Argo, o que dá um aspecto de dúvida no consumidor quanto a ser um carro totalmente novo e o espaço interno que, infelizmente, não muda muito do parente hatch.

DESIGN E ESPAÇO INTERNO

Em termos de design a Fiat fez um bom trabalho no Pulse. Apesar de usar as chapas da lataria do Argo, o que gera um pouco de confusão e faz quem vê o carro perguntar "é um Argo SUV?" com alguma frequência nas ruas, ele tem personalidade.

A confusão com o hatch compacto fica mais evidente no olhar lateral do carro, onde as portas são as mesmas. Especialmente na dianteira, o modelo é bem diferente, com novos faróis, grade e para-choque que dão um aspecto agressivo.

Na traseira, as lanternas lembram as peças usadas no Fiat Tipo, modelo médio que não é comercializado no Brasil. A linguagem visual que está presente em outros modelos como o Cronos e o Argo é reconhecível ali, apesar das peças serem diferentes.

Por dentro, o Pulse aposta no compartilhamento de diversos componentes, como é de praxe em todas as marcas. O volante com o novo logo e miolo estreou nele, mas é o mesmo do Argo no restante, por exemplo.

Novidades são os comandos de ar-condicionado, minimalistas e com função dupla no seletor giratório (regula a velocidade e a temperatura no mesmo seletor). O restante do interior tem muitas mudanças como as saíras de ar-condicionado, o formato do painel e até mesmo o console central, com mais espaço.

Na versão de topo, o Pulse se assemelha aos demais modelos da categoria com muito plástico por dentro, mas alguns detalhes mais elegantes, como cromados ou acabamento em preto brilhante (black piano) em algumas peças.

Para quem vai na frente o espaço é bom e a ergonomia agrada, mesmo após muito tempo atrás do volante. Já para quem vai no banco traseiro, o espaço é aperto, especialmente se estivermos falando de adultos com cerca de 1,80 m.

Nas costas do banco dianteiro há um recorte para livrar mais espaço para os joelhos de quem vai atrás, mas não melhora muito. E quem vai sentado no meio sofre ainda com o console central que rouba espaço dos pés, ou seja, com razoável conforto o Pulse carrega quatro adultos.

CONSUMO E DESEMPENHO

Sob o capô, o Pulse estreia o motor três cilindros turboflex da família Firefly, depois do 1.3 quatro cilindros que está na Toro. Esse propulsor recebeu uma série de melhorias, como duplo comando de válvulas, sistema Multiair que regula independentemente a abertura das válvulas.

Ele entrega até 130 cv e 20,5 mkgf quando alimentado com etanol. Com gasolina, a potência cai para 125 cv, mas o torque é mantido. Outra novidade que estreou nos produtos da Stellantis no Pulse é o câmbio automático CVT.

Esse conjunto faz o Pulse andar muito bem. A maneira com que o torque máximo está disponível já a 1.750 rpm mitiga qualquer atraso geralmente encontrado no câmbio CVT e nas respostas.

Mesmo nas retomadas e acelerações, onde geralmente o câmbio CVT peca, o Pulse vai muito bem, sem aquela tradicional demora nas respostas.

A função Sport, acionada por um botão vermelho no volante, melhora ainda mais a resposta, deixando o carro mais esperto, o giro do volante elevado e a direção bem mais firme nas respostas.

Outro ponto em que ele se destaca é a dirigibilidade. O ajuste de suspensão mantém o carro bem firme nas curvas e melhora também o conforto dos ocupantes a bordo do carro.

Ainda assim, a Fiat conseguiu não comprometer o conforto quando se está em piso ruim, terra ou encarando buracos, que é algo que faz parte do DNA da sua engenharia e dos seus carros nacionais.

O consumo divulgado pela marca é de 12 km/l com gasolina e 8,5 km/l com etanol na cidade. Na estrada, os números divulgados são de 14,6 km/l e 10,2 km/l.

Geralmente, é possível superar os dados divulgados, dependendo do modo de conduzir. Mas no caso do Pulse nada ajudou a melhorar a marca com etanol. O tanque de 47 litros é menor do que do Argo (48 l) e de alguns rivais.

EQUIPAMENTOS

O Pulse traz faróis, lanternas e setas de LEDs, sensor de estacionamento traseiro, assistente de partida em rampa, direção elétrica, borboletas para troca de marcha atrás do volante e controle de velocidade (piloto automático) convencional.

A versão Impetus conta ainda com o painel de instrumentos virtual de 7" herdado da picape Toro, mas com grafismos próprios, central multimídia de 10" com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e navegador GPS integrado, três entradas USB e carregador de celular por indução.

O SUV é contemplado com chave presencial e partida por botão, câmera traseira de alta resolução com linhas adaptativas, sensor de estacionamento dianteiro, bancos e volante revestidos de couro, ajuste de altura e profundidade no volante e teto bicolor e rodas de 17".

O único opcional disponível ao modelo é a interface e a tecnologia do Fiat Connect Me, que permite localizar, rastrear e ter funções e itens de telemetria em um aplicativo do smartphone ou até pelo smartwatch, além de conexão com Google Assistant e Amazon Alexa.

MANUTENÇÃO E SEGURANÇA

Em termos de segurança, o Pulse traz os controles de tração e estabilidade integrados, batizado de TC+, que tem o acerto para ser usado também no fora de estrada. Esse controle de tração já foi adotado também na Fiat Strada.

Além disso, o modelo conta com quatro airbags - dois dianteiros e dois laterais. Sendo os que laterais protegem cabeça e tórax dos passageiros dianteiros, enquanto os laterais convencionais protegem apenas a área do tórax.

O pacote de segurança ADAS é outro item que contribui para a segurança no Pulse Impetus. No caso, o pacote traz frenagem autônoma de emergência com alerta sonoro e visual, alerta de saída de faixa com correção no volante e farol alto automático.

Itens que ficaram de fora do ADAS do Pulse são o controle de velocidade adaptativo (ACC) e o alerta de ponto cego com sinalização nos espelhos retrovisores.

As revisões do Pulse custam um total de R$ 3.752. São seis revisões dentro do plano de garantia com preços de R$ 488, R$ 500, R$ 588, R$ 648, R$ 508 e R$ 1.020, respectivamente.

MERCADO

O Pulse chegou tarde, mas aprendeu várias lições para brigar nesse mercado de tubarões que é a categoria de SUVs compactos. No mais, melhor chegar tarde do que não participar. Ele vai ser uma opção a mais, o que deixa o consumidor com mais opções e também mais confuso com tantos recortes existentes dentro da categoria e na faixa de preço.

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