Fiat Strada Ranch: câmbio automático é cereja no bolo e mascara defeitos
A Fiat Strada fechará 2021 como o carro mais vendido do Brasil e provavelmente o único a romper a barreira dos 100 mil veículos emplacados no ano, segundo dados da Fenabrave.
Ainda assim o modelo ganhou novidades na reta final do ano, com a chegada do câmbio automático CVT associado ao motor 1.3 Firefly.
Além de adotar o novo câmbio na versão Volcano, a picapinha ganhou também uma inédita versão Ranch, mesmo nome já usado em versão da Toro.
Com preço de R$ 116.990, a nova versão de topo passou pela avaliação de UOL Carros para ver como o conjunto se comporta com o novo câmbio e se as mudanças justificam o preço elevado do produto.
Fiat Strada Ranch
Pontos Positivos
- Conforto
- Design
Pontos Negativos
- Espaço interno
- Acabamento
- Preço
Veredito
A Strada, que já vendia bem, ganhou a cereja no bolo que faltava para atrair uma fatia a mais do mercado para dentro do seu produto. Os defeitos continuam ali, como a posição de guiar elevada e o acabamento simples, mas tem qualidades inegáveis que a fazem líder há anos do segmento, não deixando de trazer inovações.
DESIGN E ESPAÇO INTERNO
O estilo da versão Ranch da Strada CVT é mais comedido do que "irmã" Toro. O logo com o nome da versão aparece espalhado nos painéis laterais, na soleira das portas e no painel quando se liga o carro.
Ele também está presente no revestimento dos encostos dos bancos dianteiros, que têm couro na cor marrom, mesma pegada usada na versão homônima da Toro.
Além disso, o painel ganhou uma faixa colorida em um tom de marrom que até dá um aspecto de mais requinte para toda a peça plástica e também pelo restante da cabine, o que contrasta um tanto com o valor da picape.
O espaço interno é bom para até quatro adultos. Quem vai atrás, se tiver uma estatura mediana, abaixo dos 1,80 m, vai mais confortável na área das pernas se os ocupantes da frente forem tão altos quanto.
Por fora, um detalhe cromado foi adicionado na ponta do para-choque dianteiro. Há também para-barros, retrovisores com capas pintadas de preto, novas rodas de liga leve de 15" e capota marítima com o nome da versão grafada.
O pacote fica completo com estribos laterais, que na altura da picape em relação ao solo acabam sendo mais por efeito estético do realmente útil e acabam atrapalhando o acesso e a saída da cabine.
CONSUMO E DESEMPENHO
Quem já guiou um carro com câmbio CVT sabe que o conforto e a economia de combustível se sobrepõem a resposta ágil e desempenho - e na Strada Ranch isso não é diferente.
O comportamento do motor 1.3 flex, que perdeu cerca de 2 cv e 0,5 mkgf, como já havia ocorrido com o Pulse 1.3 CVT, continua adequado.
Mas quando associado ao câmbio CVT falta aquela agilidade que o câmbio manual de relações curtas da versão manual da Strada proporciona.
As respostas são morosas na estrada e em retomadas, acelerações e ultrapassagens. O som do motor trabalhando em giro alto quando se exige mais toma a cabine.
Para tentar mitigar a resposta lenta, a Strada Ranch ganhou a função Sport, que eleva o giro do motor e atrasa as trocas de marcha para tentar entregar um desempenho mais adequado.
Na prática, a diferença é pequena, mas existe e é perceptível como algo que vai além de ouvir o motor gritar ainda mais do que antes.
Quem quiser, pode optar também pelas trocas pelas borboletas atrás do volante, mas isso não faz uma mudança grande o suficiente nas respostas, mas ajuda em subidas, por exemplo, a manter o motor na sua melhor faixa de rendimento.
Por outro lado, na cidade, o conforto de não precisar trocar de marchas e de mudanças sem trancos é muito bem-vindo. Nessa situação, o motor 1.3 que tem 8 válvulas, o que privilegia o torque em baixas rotações, vai bem onde foi feito para ser melhor.
A direção elétrica continua leve demais na calibragem, o que na estrada e em velocidades de cruzeiro não passa a precisão e a segurança desejada.
A posição de guiar melhorou em relação à geração anterior, mas não o suficiente e continua bastante elevada, mesmo com o ajuste de altura do assento do motorista na posição mais baixa, o que incomoda os mais altos.
O consumo declarado pela Fiat é bom com gasolina. 12,4 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada. Com etanol os números caem para 8,8 km/l e 9,9 km/l, respectivamente. Na vida real, os números são parecidos com os divulgados pela marca.
EQUIPAMENTOS
O pacote de equipamentos é basicamente o que já estava presente na versão Volcano manual. Isso inclui volante multifuncional, computador de bordo, trio elétrico, faróis, lanternas e luzes diurnas (DRL) de LEDs e chave canivete.
Há também a central multimídia com tela de 7 polegadas que tem integração a Android Auto e Apple CarPlay também sem fio. A picape ganhou também carregador de celular por indução (sem fio) no console central.
A Strada Ranch duas entradas USB do tipo A, uma na frente para carregar e integrar o smartphone, e outra atrás para os ocupantes do banco traseiro carregarem dispositivos.
Por fim, o pacote tem sensores de obstáculos traseiros, câmera de ré com linhas dinâmicas, sensor de pressão nos pneus e faróis de neblina. Os retrovisores elétricos externos têm a função tilt-down, que rebate automaticamente quando a ré é engatada.
Três itens que fazem muita falta em uma picape de quase R$ 120 mil é o controle de velocidade de cruzeiro (piloto automático), como uma adição ao pacote com o câmbio automático, o ar-condicionado automático e o ajuste de distância no volante - só há ajuste de altura da coluna.
SEGURANÇA
O pacote da Strada Ranch é o mesmo que já estava presente na Volcano manual. Isso inclui quatro airbags, sendo que os laterais protegem cabeça e tórax dos ocupantes dianteiros.
Há ainda o controle de tração e estabilidade integrado, o TC+, que tem um ajuste para ser usado também em situações de fora de estrada e ajudar a desatolar e gerar tração no carro, e o assistente de partida em rampa, o Hill Holder.
MERCADO
A Strada Ranch será a nova versão de topo da gama, tal qual ocorre com a versão homônima na "irmã" Toro. A versão reinará sozinha no topo da cadeia das picapes compactas.
Líder do segmento, carro mais vendido do País, a picape está nadando de braçada com suas constantes inovações e consegue encontrar espaço para aumentar essa representatividade com a introdução do câmbio automático CVT na gama.
Apesar dos seus defeitos, é difícil olhar para a Strada e não entender como a Fiat tem conseguido manter o sucesso da antiga também nesta nova geração.
Motorização
1.3, 4 cil., 8V,
Combustível
Etanol / Gasolina
Potência (cv)
107 / 98 a 6.250 rpm
Torque (kgf.m)
13,7 a 4.250 rpm / 13,2 a 4.000 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
12,9 s (gasolina) / 12 s (etanol)
Velocidade máxima (km/h)
161 km/h (gasolina) / 165 km/h (etanol)
Consumo cidade (km/l)
12,4 km/l (gasolina) / 8,8 km/l (etanol)
Consumo estrada (km/l)
13,9 km/l (gasolina) / 9,9 km/l (etanol)
Câmbio
Automático, CVT
Tração
Dianteira
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente, McPherson
Suspensão Traseira
Feixe de mola
Freios Dianteiros
Discos ventilados, 257 mm
Freios Traseiros
Tambor, 229 mm
Pneus
205/60R15
Rodas
R15 x 6,0J
Altura (mm)
1.576
Comprimento (mm)
4.480
Entre-eixos (mm)
2.737
Largura (mm)
1.781
Ocupantes
5
Peso (kg)
1.235
Porta-malas (L)
844 (caçamba)
Tanque (L)
55
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Entrada Auxiliar
Banco de Couro
Desembaçador Traseiro
Computador de Bordo
Faróis de neblina
Sensor de pressão dos pneus
Faróis com regulagem de altura
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