Mercedes-AMG GLB 35 resolve problema de desempenho, mas cobra caro por isso
Modelo mais vendido da Mercedes-Benz em 2022 - por enquanto, supera o Classe C por 11 unidades -, o SUV GLB sempre deixou o consumidor cauteloso por causa de seu motor. Até agora disponível apenas na versão 200, com o 1.3 turbo de 163 cv, o SUV de sete lugares nunca foi uma unanimidade quando o assunto é desempenho. Esse problema acaba de ser resolvido em alto estilo e alta performance, com a chegada do Mercedes-AMG GLB 35.
Com o SUV preparado pela divisão esportiva da Mercedes-Benz, ninguém poderá dizer que o GLB não anda nada. Mas esse desempenho exuberante tem seu preço. O 35 está à venda no Brasil por R$ 504.900, ante os cerca de R$ 315 mil iniciais do 200.
Com toda essa diferença, o público que estava cogitando comprar o GLB 200, mas temia encontrar limitações no desempenho, não deve ficar muito animado com a novidade. O 35, aliás, chega sem concorrentes. O RS Q3, da Audi, está mais para GLA, e é um modelo com preparação total (entenda detalhes abaixo). O Mercedes, não.
O SUV preparado vem sem concorrentes, mas não chega só. Junto com ele a marca lança o Mercedes-AMG GLA 35, que é praticamente idêntico, exceto pelas dimensões, formato de carroceria e o fato de não ter sete lugares. Menor, esse modelo está mais para um SUV cupê, e tem preço de R$ 494.900.
As versões AMG 35 do GLA e do GLB chegam como ano/modelo 2021/2022. Eles se unem ao Classe A, nas carrocerias hatch e sedã, na gama de modelos 35.
Mercedes-Benz GLB 35 AMG
Pontos Positivos
- Acabamento
- Desempenho
Pontos Negativos
- Ajuste manual da coluna de direção
- Preço
Veredito
O GLB 35 é muito eficiente na proposta de oferecer desempenho exuberante sem comprometer o conforto que se espera de um SUV no dia a dia. Os bons espaço interno e porta-malas são os mesmos da versão 200. O problema é a janela de preço. Para atender o público que espera um pouco mais de desempenho, mas sem pagar tão mais por isso, o ideal seria a Mercedes trazer o GLB 250. Para o 35, a clientela será outra.
35 x 45S
A linha 35 da Mercedes-Benz é equivalente à S, da Audi. Eles são esportivos intermediários, com preparação um pouco mais leve que as aplicadas aos 45S e RS, respectivamente. Além de terem motores mais fracos, recebem também menos incrementos para melhorar o desempenho.
Na linha Mercedes-Benz à venda no Brasil, apenas Classe A e CLA têm versões 45S, com 421 cv - elas usam o motor quatro-cilindros 2.0 mais potente do mundo. No caso dos modelos 35, esse propulsor é preparado para entregar 306 cv e 40,8 mkgf.
Os 35 também têm suspensão preparada e capaz de entregar diferentes comportamentos conforme o modo de condução. Porém, não trazem o diferencial traseiro dos modelos 45S. Além disso, perdem a função "Race" de direção, que é voltada para o uso nas pistas.
Isso porque o foco dos modelos 35 é o uso no dia a dia. Não que os 45S não sejam bons companheiros para o cotidiano de seus donos. No entanto, eles também têm na mira pessoas que são presenças frequentes em "track days", como são conhecidas as experiências em circuitos de corrida.
Design e interior
Se o GLA é mais SUV cupê, o GLB tem coluna C quadradona, o que lhe garante mais jeitão de SUV. As versões 35 de ambos trazem a grade frontal conhecida como Panamericana, igual à do AMG GT.
Os SUVs inauguram esse componente na linha AMG 35. Os modelos Classe A, porém, em breve devem receber essa inovação. Aqui, vale uma curiosidade: embora tenha sido a própria Mercedes a batizar essa grade de Panamericana, a marca não está usando mais esse nome.
A montadora teve problemas com uma outra empresa, que detém os direitos do nome. Agora, está chamando esse componente de grade específica AMG. Outra exclusividade dos SUVs 35 é o para-choque dianteiro, com detalhes pretos e grandes entradas de ar.
As rodas são de 21 polegadas com desenho exclusivo AMG. Acima delas, na lateral esquerda, as inscrições Turbo (em referência ao motor) e 4MATIC (tração 4x4 por demanda). Atrás, o que diferencia os SUVs são os logos AMG e 35, além do para-choque exclusivo e as duplas saídas de escape.
Por dentro, os SUVs combinam materiais como Alcântara, couro, alumínio e Black Piano. Portas e painéis têm detalhes de fibra de carbono. O volante AMG traz duas entradas de comandos exclusivas. Do lado direito, a giratória é para acionamento dos modos de condução.
À esquerda, ficam teclas personalizáveis, em que o motorista pode escolher quais funções quer acionar diretamente. Os bancos, no entanto, não são esportivos como o dos Classe A 35. Eles não têm apoio de cabeça integrado ao encosto, mas trazem um suporte lateral acima da média, para segurar bem o corpo nas curvas.
Equipamentos
A lista de equipamentos das versões 35 de GLA e GLB são iguais. Eles têm o sistema MBUX, com duas telas integradas. Uma é a do painel de instrumentos personalizável com quatro opções de estilo. Desses, o Supersport é exclusivo de modelos AMG.
O outro monitor - ambos são de 10 polegadas - é para a central multimídia sensível ao toque, que também pode ser controlada por meio de um touchpad no console central. Por ali, está o comando de praticamente todas as funções dos carros.
Entre os destaques há o sistema de iluminação personalizável da cabine. Dá para escolher diversas cores de luzes para painéis e portas. Os SUVs também trazem o sistema de comando de voz com inteligência artificial "Hi, Mercedes".
Teto solar panorâmico, carregador de smartphones sem fio (e três entradas USB do tipo C), ar-condicionado com duas zonas de temperatura e câmera traseira são itens de série nos modelos, que trazem também faróis full-LEDs.
O pacote de assistências ativas inclui as de frenagem, direção e manutenção em faixas, ponto cego e tráfego cruzado. Outro destaque é o sistema de auxílio ao desembarque, que avisa, antes de motorista ou passageiros abrirem as portas, se há aproximação de um outro carro, ou de um ciclista, por exemplo.
Os bancos de motorista e passageiro da frente têm ajustes elétricos, com comandos nas portas, como em todo Mercedes. A coluna de direção, no entanto, traz controle manual, algo que depõe contra carros em torno de R$ 500 mil. Porém, essa característica não prejudica a missão de encontrar a posição ideal de dirigir.
Desempenho
GLA e GLB 35 marcam a estreia do novo câmbio automatizado de oito marchas e duas embreagens na plataforma desses modelos - a mesma de Classe A e CLA. De acordo com informações da Mercedes, essa transmissão tem, nas versões esportivas, um sistema que a marca chama de debreagem.
Ao reduzir duas marchas nas aletas atrás do volante, se escuta um som esportivo de redução. Por falar em som, as saídas de escape são esportivas e o "volume" do motor turbo muda conforme o modo de condução escolhido.
Só que quem está dentro escuta mais do que as pessoas que observam o carro circular. De acordo com a Mercedes, o som real do motor é projetado pelos alto-falantes do carro, para tornar mais emocionante a experiência na cabine.
A suspensão é adaptativa, mas não ativa. Pode ficar mais dura ou macia usando amortecedores magnéticos, conforme o modo de direção. Os principais são o confortável, o Sport e o Sport+, que também atuam no modo de agir do conjunto motor-câmbio, direção, som do motor e entrega de tração.
Há ainda o Individual, que permite colocar cada componente em um parâmetro diferente. Por fim, o carro oferece um modo para neve e chuva, que atua mais no sistema de tração e no controle de estabilidade.
GLA e GLB têm leves diferenças de comportamento em curvas. Leve e com centro de gravidade mais baixo, o SUV menor é mais impetuoso e tende a derrapar mais. Parece exigir mais controle do motorista nas frenagens e acelerações em saídas de curvas, até por ser um pouco mais rápido (faz 0 a 100 km/h em 5,2 segundos, ante os 5,3 s do modelo maior). No geral, é um pouco mais divertido de guiar.
O GLB 35 surpreende pela estabilidade. Com centro de gravidade mais alto, tem muito equilíbrio nas saídas de curvas e na hora de acelerar, com carroceria firme e sem nenhuma inclinação. As acelerações dos dois modelos são brutais, e se transformam em verdadeiras patadas com o sistema Race Sport - nome que a Mercedes dá ao controle de largada.
O sistema de tração é originalmente na dianteira. Conforme demanda, até 50% da força pode ser transferida para as rodas de trás.
A posição de dirigir, no GLB, é um pouco alta para um carro com pegada esportiva. Porém, é ideal para um SUV. Afinal, estamos falando de um modelo que, antes de ser preparado, é um utilitário-esportivo. Quem quiser ficar mais grudado no chão sempre tem à disposição as versões 35 do Classe A.
Motorização
2.0, 4 cil., 16V, turbo
Combustível
Gasolina
Potência (cv)
306 a 5.800
Torque (kgf.m)
40,8 a 3.000 rpm
Aceleração de 0 a 100 (segundos) (km/h)
5,3
Velocidade máxima (km/h)
250
Consumo cidade (km/l)
7,5
Consumo estrada (km/l)
12
Câmbio
Automatizado, 8 marchas
Tração
Integral
Direção
Elétrica
Suspensão Dianteira
Independente McPherson
Suspensão Traseira
Independente Multilink
Freios Dianteiros
Discos ventilados
Freios Traseiros
Discos ventilados
Pneus
255/35 R21
Rodas
21 polegadas
Altura (mm)
1630
Comprimento (mm)
4650
Entre-eixos (mm)
2829
Largura (mm)
1834
Ocupantes
7
Peso (kg)
1770
Porta-malas (L)
500 (130 com 7 lugares em uso)
Tanque (L)
60
Airbags Motorista
Airbags Passageiro
Airbags Laterais
Airbags do tipo Cortina
Controle de Estabilidade
Controle de Tração
Freios ABS
Distribuição Eletrônica de Frenagem
Ar-Condicionado
Travas Elétricas
Ar Quente
Piloto Automático
Volante com Regulagem de Altura
Vidros Elétricos Dianteiros
Vidros Elétricos Traseiros
Central Multimídia
Rádio FM/AM
Entrada USB
Banco de Couro
Banco do motorista com ajuste de altura
Bancos com ajustes elétricos
Desembaçador Traseiro
Teto Solar
Computador de Bordo
Acendimento automático dos faróis
Faróis de neblina
Frenagem autônoma de emergência
Alerta de permanência em faixa
Sensor de pressão dos pneus
Alerta de colisão
Abertura elétrica do porta-malas
Faróis com regulagem de altura
Bloqueio do diferencial
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