Detroit vibrante faz Salão com balanço positivo para o Brasil
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Salões de automóveis sobem seu astral quando refletem recuperação de vendas e produção. Essa atmosfera positiva marca o Salão de Detroit 2013 que se encerra no domingo (27). Afinal, o mercado americano está em franca expansão (13% em 2012), embora as marcas locais, à exceção da Jeep, continuem patinando na preferência do consumidor.
Simbolismo do Corvette Stingray, em sua sétima geração, ajuda a levantar autoestima da Chevrolet. Todo novo, herda características de marcas alemãs como câmbio manual de sete marcas (até agora só no Porsche 911) e distribuição de peso de exatos 50% em cada eixo (ponto de honra da BMW).
No outro extremo, a picape pesada Silverado reformada coloca pressão sobre a arquirrival série F, da Ford. A reação veio da picape conceitual Atlas, visão antecipada da nova F-150, em 2014. Houve comentários de que a empresa ousou na estratégia e talvez se reflita nas vendas do modelo atual.
Leves reestilizações do Grand Chrerokee e Compass -- acompanhadas de versões diesel e câmbio automático convencional no lugar do CVT (no final do ano, aqui) -- continuam a animar a Jeep.
BRASIL BEM
Essa edição do salão está mais atraente para o mercado brasileiro. O SUV-conceito compacto da Honda sobre arquitetura do Fit e a bem-vinda reinvenção estilística do Corolla, batizada pela Toyota de Fúria (interior não exibido), antecipam o que será também produzido aqui, em 2014/15.
Outra novidade está fora do Salão, mas mostrado a jornalistas na véspera do dia de imprensa. Mercedes-Benz CLA, sedã compacto anabolizado com base nos Classes A e B, além de carro mais aerodinâmico do mundo (Cx incrível de 0,22), deverá abrir a produção no Brasil. Falta a empresa alemã bater o martelo, mas Dieter Zetsche, principal executivo mundial, admitiu ser mais viável um acordo com a Nissan, na fábrica em construção de Resende (RJ).
Graças ao previsto crescimento, nos próximos anos, do mercado brasileiro de marcas refinadas, esta edição do Salão merece um olhar mais atento. Acura e Infiniti têm novidades: SUV médio MDX e novo sedã Q50, respectivamente.
Cadillac, até como reação ao maior número de concorrentes, é considerada marca de importação certa pela GM. E o sedã médio-grande ATS, de tração traseira ou integral e menor Cadillac em dimensões, mostra apelo visual digno dos europeus, algo que atrai por aqui.
Entre outras novidades conceituais, destaca-se o Volkswagen Cross Blue, um crossover híbrido diesel de sete lugares (no salão, versão de seis lugares), específico para o mercado norte-americano, com preço entre Tiguan e Touareg. O projeto será ainda aperfeiçoado para provável produção ao lado do Passat americano. Há também o Hyundai HCD-14, a visão do futuro sedã de topo coreano, Genesis, com portas traseiras "suicidas" à Rolls-Royce. Versão final deve ousar menos.
Balanço positivo do salão não impede constatar, mais uma vez, que fabricantes parecem bem mais empolgados com soluções alternativas do que compradores. Elétricos puros, híbridos e Diesel, tudo somado, representam apenas 3% das vendas totais nos EUA. Embora tenda a crescer, na realidade poucos querem pagar a conta. E, para complicar, motores convencionais têm mostrado queda de consumo de combustível, a preço que todos suportam.
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RODA VIVA
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+ Cotas de produtos mexicanos ainda amarram planos de importação. SUV compacto Chevrolet Trax (aqui se chamará Tracker) virá para atrapalhar a vida de EcoSport e Duster, porém falta definir de que forma Sonic será "prejudicado". Volta da Alfa Romeo ainda está condicionada, pela Fiat, à avaliação de cotas previstas no regime Inovar-Auto. Nada confirmado.
+ Mesmo sem confirmação pela GM, importação do novo Malibu é certa, depois da desistência do Omega. Chevrolet concorrente direto do mexicano Fusion, impostos refletem no seu preço (vem dos EUA, sem isenções). Retoques externos e internos e motor um pouco mais potente agradam, em breve avaliação. Banco traseiro, baixo demais, será mudado até meados do ano.
+ Enquanto a taxa cambial ajudou, alguns modelos nacionais foram competitivos até em países avançados do Hemisfério Norte. Destaque para o Fox, com 305.000 unidades, maior volume já exportado de um automóvel brasileiro para a Europa (2005-2012). Voyage, nos anos 1980, teve 202.000 unidades vendidas nos EUA e Canadá, feito para época.
+ Saiu a lista dos 10 mais vendidos na Europa em 2012, segundo pesquisa da consultoria inglesa Jato: Volkswagen Golf, Ford Fiesta, Volkswagen Polo, Opel Corsa, Renault Clio, Ford Focus, Opel Astra, Nissan Qashqai, Renault Mégane e Volkswagen Passat. Crossover da Nissan é o único a nunca aparecer por aqui. Os outros, em diferentes gerações, foram produzidos e/ou importados, nomes familiares aos brasileiros.
+ Fluence GT, sedã discreto, ao menos faz jus à sigla, ao contrário do Sandero da própria Renault. Motor turbo de dois litros, 180 cv, coloca-se em desempenho entre Peugeot 308 THP e Jetta TSI, na faixa dos R$ 80 mil, mas sem câmbio automático. Bom trabalho de engenharia na suspensão. Faltam coisas simples: um-toque nas alavancas de limpador e setas.
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