Por que ter a tecnologia autônoma se a legislação não permite usá-la?
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A maior parte das marcas de luxo, e até algumas fabricantes de carros generalistas, já oferece o sistema semiautônomo de condução em seus veículos. Este é o nome pelo qual ficou conhecido no mercado brasileiro a tecnologia autônoma de nível 2 (entenda aqui os níveis de automação de carros).
Por meio dela, o carro é capaz de virar o volante, frear e acelerar sem participação do motorista. Isso só pode ser feito em alguns tipos de via: aquelas que têm demarcação de faixa.
Entre os exemplos, há avenidas com duas ou mais faixas, as marginais dos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo, e rodovias de trânsito rápido como a Bandeirantes, a Dutra e a Castelo Branco. A tecnologia autônoma de nível 2 usa sensores, radares, câmeras e recursos como controlador de velocidade adaptativo (ACC) e o sistema de manutenção em faixas para dar "independência" ao automóvel.
Mas de que adianta ter tudo isso à disposição se a legislação brasileira é clara: o motorista não pode tirar as mãos do volante? Na maioria dos carros de luxo que oferece o sistema semiautônomo, o item é de série.
Mas há exceções. A Audi oferece a tecnologia como opcional em alguns de seus carros. Para a versão de entrada do XC40, da Volvo, o recurso é um acessório de concessionária - o SUV já vem com o hardware; basta instalar o software.
Por que você deveria investir nessa tecnologia se não pode usá-la sem infringir a lei? Esta foi minha primeira pergunta quando começaram a chegar ao Brasil os primeiros veículos semiautônomos.
Mas então eu passei a conhecer a tecnologia, e entendi seu fundamento. Ela foi feita para usar sem cometer nenhuma infração de trânsito. E trata-se de um dos maiores aliados do motorista no combate ao estresse no trânsito.
Tecnologia autônoma ajuda motorista a relaxar
No mercado de luxo, a maior parte dos sistemas semiautômomos funciona com muita precisão, desde que as vias sejam adequadas, com faixas bem pintadas. Se o motorista tirar a mão do volante, o carro é capaz de "se guiar" (nesse caso, o sistema funciona de 10 a 15 segundos), fazendo sozinho até as curvas mais íngremes.
Por mais preconceito e medo que se possa ter da tecnologia, é muito fácil ganhar confiança no sistema. A partir daí, o motorista passa a usar o recurso para seu principal propósito: relaxar.
As mão devem ficar no volante não apenas por causa da legislação, mas porque a responsabilidade pela condução continua sendo de quem está no banco do motorista. Mas logo se percebe que não é preciso dirigir. O carro fará tudo por você.
Ao motorista, resta manter as mãos no volante e ficar atento à via. Por isso, o sistema é grande aliado em diversas situações, ajudando a amenizar o cansaço causado pelo processo de dirigir - principalmente em situações como viagens longas em rodovias de trânsito rápido, ou engarrafamentos das grandes cidades.
Destaques e carros com a tecnologia
Basicamente, as tecnologias de todas as marcas usam o mesmo princípio: sistema de manutenção de faixas, ACC, sensores e radares. Mas o modo de funcionamento pode variar.
Em todos, o sistema permite ao motorista tirar as mãos do volante. Mas, nesse caso, funcionará entre 10 e 15 segundos (caso dos Volvo, por exemplo). Um pouco antes de parar de atuar, emite sinais (sonoros, luminosos ou ambos) para que o condutor assuma a direção.
Os sistemas poderiam funcionar por mais tempo? Sim. A tecnologia está pronta para isso. Mas não atua dessa maneira justamente por causa da legislação - não só no Brasil, mas na maior parte dos países.
Quando esse sistema de nível 2 passar a funcionar sem limite de tempo, passará ao estágio 3 de automação. Nesse caso, a responsabilidade pela condução, com a tecnologia ativada, passa a ser da fabricante, não mais do motorista.
O sistema de automação de nível 3 aguarda apenas ajustes nas legislações para começar a funcionar. Aí, sim, o motorista estará autorizado a abandonar o volante em algumas situações. Quando chegar a esta fase, deverá também ser capaz de mudar de faixa sem interferência de quem está no banco do condutor.
A Audi já tem um sistema com uma função bastante interessante: ele é específico para congestionamentos. Seus sensores são capazes de ler tráfego pesado no entorno, ajudando o motorista nesse tipo de situação.
Entre os carros da marca com a tecnologia, seja de série ou opcional, estão e-tron, Q5, Q8, A6 e A7. A BMW oferece o sistema semiautônomo de fábrica em modelos como Série 3, X3, X4 e Série 5. O Classe E e o CLS estão entre os Mercedes com o recurso como item de série.
Na Volvo, a tecnologia autônoma de nível 2 só não está no XC40 de entrada. Todos os demais já saem de fábrica equipados com esse sistema.
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