Yamaha XTZ 150 Crosser chega para encarar Honda Bros 150
Apresentada em janeiro deste ano, a Yamaha XTZ 150 Crosser foi o segundo lançamento da marca na categoria 150 cc nos últimos 12 meses -- o outro foi a street Fazer 150, em agosto de 2013. À época da apresentação da Crosser, o presidente da Yamaha do Brasil, Shigeo Hayakawa, afirmou que o objetivo da marca era comercializar cerca de 3.000 unidades mensais no segmento on/off-road de baixa capacidade cúbica.
O executivo parece ter acertado em sua previsão. Em maio, segundo mês de vendas da Crosser, foram comercializadas 2.621 unidades do modelo. Ainda é pouco se comparado aos 15.275 emplacamentos da Honda NXR 150 Bros, líder da categoria, mas próximo ao objetivo estipulado pela Yamaha.
Bastou rodar com a Crosser 150 para perceber que, de fato, o modelo desperta curiosidade dos motociclistas nas ruas. Em toda parada era comum ouvir perguntas e comentários sobre desempenho, consumo e preço. Ao ouvir a resposta de que o valor praticado nas concessionárias era de R$ 9.600 (versão ED, topo de linha com partida elétrica e freio a disco na dianteira), o sorriso de alguns virava crítica: "cara, não?". Um pouco, afinal o preço sugerido pela fabricante é de R$ 9.350. Porém, ela ainda é mais em conta que a Honda Bros 150, vendida por R$ 9.800 na versão topo.
Apesar do preço de "lançamento", a força de ser uma novidade aliada ao desenho agressivo parece ter feito a cabeça dos motociclistas, como mostram os números de vendas. O paralama superior (no estilo bico de pato, muito comum nas Suzuki DR) ajuda a encorpá-la. O banco largo, um avantajado suporte para bagagens e o bom acabamento ajudam a reforçar a impressão que ela é mais do que uma 150 cc.
COMO ELA ANDA?
Nas redes sociais os donos da Yamaha XTZ 150 Crosser rasgam elogios ao modelo, destacando desempenho, conforto e consumo como seus maiores trunfos. Em nossa avaliação concordamos em vários pontos, mas não em todos.
O desempenho é surpreendente para uma 150 cc, principalmente em marchas mais baixas quando o motor de um cilindro (BlueFlex de segunda geração), de 149,3 cm³, trabalha em giros mais elevados. São 12,2 cv de potência máxima (a 7.500 rpm) e 1,28 kgfm de torque (disponível aos 6.000 giros) quando abastecida com gasolina. Usando etanol, o propulsor rende 12,4 cv e 1,29 kgfm de torque na mesma faixa de rotação.
A Crosser é esperta nas arrancadas e se mostra vigorosa para ganhar giros, característica que ajuda o piloto em manobras urbanas e ultrapassagens. No trânsito, essa agilidade é um trunfo para sair de situações de risco. O bom escalonamento das (cinco) marchas ajuda a extrair o máximo desse motor.
Quadro e suspensões mostram-se bem "casados". O guidão largo e o pneu dianteiro de 19 polegadas completam o conjunto que se mostrou equilibrado e ágil nas mudanças de direção. Apenas a altura do guidão (que coincide com o retrovisor de alguns carros) exige atenção nos corredores, mas isso tudo é questão de costume.
PARA INICIANTES E MULHERES
A moto é baixa (o banco fica a 836 mm do solo), característica que agrada bastante aos pilotos iniciantes e ao público feminino. Largo e recheado com uma generosa camada de espuma, o assento mantém o piloto em uma posição de "ataque", ligeiramente projetado a frente, como em uma típica trail. Pedaleiras emborrachadas e pedais com ranhuras completam o pacote "radical" da Crosser.
Não falta eficiência aos freios (compostos por um disco de 230 mm na dianteira e tambor na traseira), mas em caso de emergência o piloto deve "alicatar" o manete com vontade para estancar a moto.TRILHAS URBANAS
As trilhas urbanas mostraram ser o ambiente da Crosser 150. Quadro, do tipo berço semiduplo, associado ao excelente trabalho da suspensão absorve completamente as oscilações -- o garfo dianteiro é convencional, com 180 mm de curso, e na traseira a moto usa o sistema monoamortecido (com links), que tem 56,5 mm de curso.
Na prática, esses números garantem estabilidade e conforto para superar obstáculos. Os pneus Metzeler Tourance montados em rodas de 19 polegadas (90/90) na dianteira e aro 17 na traseira (110/90) se destinam ao uso no asfalto, mas o desenho da banda de rodagem permite leve uso em trilhas leves.
Na estrada seu desempenho depende da inclinação do terreno. Nas descidas, ela empolga. Nas subidas, porém, o motor mostra limitação (baixo torque). Em serras, a velocidade máxima chegou a pouco mais de 80 km/h. Mas claro que tudo depende do peso transportado.
O consumo em nossa avaliação (estrada/cidade) chegou a excelentes 37 km/litro, projetando autonomia superior a 440 quilômetros, o que é uma grande vantagem para quem percorre longos trajetos diários.ACABAMENTO
O painel é completo e de fácil leitura. Traz conta-giros analógico, velocímetro digital, marcador de combustível e até indicador de marcha engatada. Mas falta relógio. Os comandos são fáceis de operar. Ponto negativo para o acabamento da tampa de combustível: simples e espartana, ela não combina com o restante da moto. Quem costuma deixar o capacete travado não terá essa facilidade na Crosser 150, pois o modelo não oferece este equipamento.
No geral, a moto se mostrou uma grande evolução da Yamaha, que colhe os frutos de sua história em fabricar versáteis modelos offroad. Mas tome cuidado: algumas concessionárias cobram valores acima do preço sugerido pela fabricante.
Vale lembrar que o valor praticado a aproxima da Lander 250 -- cotada em R$ 12.800. Quem usa moto em estradas deve levar em consideração este modelo de uso misto que oferece melhor desempenho e se mostra mais seguro e confortável em viagens.
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