Chefão de Fiat-Chrysler confirma Jeep Renegade como 1º carro de PE
O maior destaque da Fiat-Chrysler (FCA) no Salão de Genebra 2014 é o SUV compacto Renegade, da Jeep. Ele era, ao menos, o carro mais cobiçado e disputado por jornalistas presentes ao evento nesta terça-feira (4). E o Renegade será mesmo brasileiro: de acordo com o chefão da FCA, Sergio Marchionne, o modelo será o primeiro a ser produzido na fábrica da Fiat em Goiana (PE), a partir de 2015. No ano seguinte, entra no mercado chinês, crucial para os planos da submarca americana de vender mais de 1 milhão de carros globalmente.
A plataforma do Renegade é a mesma utilizada pelos Fiat 500L, 500X (ainda inédito) e Punto europeu. Isso abre, também, a possibilidade de que minivan e crossover também sejam fabricados -- e de que o hatch possa ser renovado. "Existe essa chance, e vocês até já viram alguns 500L rodando no Brasil", disse um executivo italiano que preferiu não se identificar. (De fato, já houve vários flagrantes do modelo rodando pelo país.)
Jeep Renegade, que será pernambucano em 2015: grande atração do evento em Genebra
Para a Europa, a produção do Renegade será em Melfi, na Itália. O modelo de entrada da Jeep vai enfrentar rivais como Renault Captur, Nissan Juke, Opel Mokka e o (recém-chegado da Índia) Ford EcoSport. No Brasil, a turma de rivais será parecida: EcoSport, Tracker, versões mais caras do Duster e -- a depender do preço -- até modelos maiores, como Hyundai ix35, Kia Sportage e Honda CR-V. Os preços ainda não foram divulgados.
"Com a fábrica de Pernambuco e modelos da Chrysler produzidos no Brasil, nossa intenção é voltar a ter uma margem [de lucro] de dois dígitos no país", disse Marchionne em Genebra. Sozinha, a fábrica da Fiat em Betim (MG), que já foi extremamente lucrativa, não dá mais conta.
COMO É O CARRO
Visto de frente, o suvinho (cujo nome pode mudar no Brasil) não é feio, mas é difícil encaixar o visual de Jeep num veículo tão compacto (ele parece o Patriot em tamanho reduzido). A traseira é inovadora e causa estranheza num primeiro momento, ainda mais pela lanterna traseira em formato de X. Com o tempo, essa impressão melhora.
JEEP É MAIS IMPORTANTE
O CEO da Fiat-Chrysler (FCA), Sergio Marchionne, deixou claro, neste Salão de Genebra, que o Brasil é crucial para a estratégia global da aliança. "O Brasil é extremamente importante para a FCA, e a prova disso é que que nossa maior fábrica fica em Betim", disse o executivo. Mas a chegada do Renegade, e também sua prioridade na inauguração da linha da fábrica de Goiana (PE), mostra que a marca Jeep é tida como mais promissora num futuro próximo. "O Renegade é nossa aposta para conquistar um segmento do mercado em que ainda não atuamos", disse Marchionne nesta terça-feira (4). "O projeto dele foi desenvolvido nos Estados Unidos, mas usa plataforma global para poder ser vendido no mundo todo. Brasil, China e mercados emergentes serão seu foco", disse o chefão -- e quem vende bem na China é que é importante, lembra UOL Carros. |
O Renegade tem 4,23 metros de comprimento, 1,69 metro de largura e 2,57 metros de entre-eixos (quase as mesmas dimensões de um Kia Soul, apenas para efeito de comparação). O porta-malas carrega 350 litros de bagagem, ou até 870 litros caso os bancos traseiros sejam rebatidos.
O interior é uma clara mescla de elementos da Jeep com soluções da Fiat. O acabamento não é do mesmo nível de carros como Cherokee/Grand Cherokee, é claro, mas também não deve nada ao de um Chevrolet Tracker, por exemplo.
A tela tátil de 6,5 polegadas do console incorpora sistema de som com rádio, GPS, Bluetooth e entradas USB e auxiliar. A Jeep oferece sete airbags (dois para cada ocupante dianteiro, um para o joelho do motorista e dois de cortina), controle de tração e de estabilidade, aviso de ponto cego e assistente de partidas em rampa, entre outros itens.
Entre os destaques do carro para o uso fora-de-estrada estão o controlador automático de descida (HDC, sigla para Hill Descent Control); tração 4x4 com opção de marchas reduzidas (chamada pela fabricante de Jeep Active Drive), que oferece até cinco modos de condução (Auto, Neve, Areia, Lama e Pedra, este último apenas na versão topo Trailhawk); teto solar My Sky, que pode ser manual ou elétrico (também opcional); amortecedores de frequência seletiva (FSD); e suspensão independente (McPherson na dianteira e do tipo Chapman na traseira).
Interior do Jeep Renegade mostra claramente uma fusão de conceitos de Fiat e Chrysler
MOTORIZAÇÃO
De acordo com a Jeep, existem até 16 combinações de motores e transmissões diferentes: quatro motores MultiAir a gasolina, dois a diesel (chamados de MultiJet 2) e um E-torq flex; e quatro caixas de câmbio, sendo uma automática de nove marchas, uma automatizada de dupla embreagem e seis velocidades e duas manuais (de cinco e seis marchas).
Entre os motores a gasolina estão dois conhecidos pelo consumidor brasileiro: o 1.4 turbo (utilizado pela Fiat no Punto e Bravo T-Jet), de 152 cavalos e 25,4 kgfm de torque, e o MultiAir 2.4 aspirado, de 184 cv e 24,5 kgfm de torque. A transmissão automática é fabricada pela empresa alemã ZF (é a mesma caixa utilizada pelo recém-mostrado Cherokee) e só pode ser aliada ao motor Multijet 2 a diesel (de 2 litros) e ao MultiAir a gasolina (2.4).
A Jeep ainda não confirma o conjunto mecânico que será oferecido ao brasileiro, mas afirma que ele será produzido no Brasil. A gama completa de preços, bem como todo esclarecimento sobre a linha de motores e câmbios para cada país onde o carro será vendido, será divulgada pela empresa nos próximos dias.
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