Mundo terá 150 milhões de carros ligados à internet até 2020
"As duas invenções do século, o automóvel e o computador, estão gradualmente convergindo. Precisamos projetar a mobilidade do futuro ainda mais inteligente e conectada", afirmou Martin Winterkorn, presidente mundial da Volkswagen, ao comentar por que chegou a hora de os fabricantes de carros de massa entrarem de cabeça na onda dos carros conectados.
Nos últimos anos, apenas as marcas de luxo -- como as alemãs Audi, BMW e Mercedes-Benz -- investiram nessa tecnologia pois, inicialmente, é algo caro e que apenas clientes de maior poder aquisitivo têm como pagar.
No entanto, o automóvel vem se tornando um notável dispositivo móvel -- não portátil, evidentemente -- que entre outras vantagens não depende de uma bateria de baixa autonomia como telefones inteligentes ou tabletes.
Qualquer usuário de dados móveis se sente aliviado ao entrar em um carro e saber que pode ser socorrido por energia de fornecimento seguro. No Facebook, maior rede social, o acesso móvel já supera o fixo via PC na média mundial. Ao mesmo tempo, os 36 milhões de veículos conectados já existentes vão quadruplicar para 152 milhões até 2020, segundo pesquisa da americana IHS.
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Carros invadem a feira de tecnologia
Evidente demonstração do irreversível casamento entre carros e informática é o investimento que os produtores de veículos estão despejando em salões internacionais de produtos eletrônicos. É o caso da CES (Feira de Eletrônica de Consumo, em inglês), realizada em Las Vegas (EUA), a maior do mundo, literalmente invadida, na edição de janeiro deste ano, por nada menos que 10 fabricantes de automóveis.
Tudo começou em 2007, quando a Ford alugou um pequeno estande de 36 m² para mostrar um sistema de comando por voz desenvolvido em parceria com a Microsoft e batizado de Sync. Na edição de janeiro último, mais de 15.000 m² da exposição eram ocupados por marcas que, em princípio, pouco teriam a ver com um salão de eletrônica.
Entre as diversas atrações da CES 2015 destacaram-se tecnologias que chegarão nos próximos anos em modelos mais caros. O Audi A7 Concept é um projeto de carro autônomo que rodou 900 quilômetros -- sem interferência de um condutor -- até estacionar no estande da marca em Las Vegas. A BMW mostrou o elétrico i3 modificado para procurar vaga e estacionar sem auxílio do motorista. A Mercedes-Benz exibiu o protótipo F 015, sedã autônomo com extenso uso de compósito de fibra de carbono.
Já a Volkswagen, estreante, revelou estratégias de curto, médio e longo prazos. Antes do final do ano, seus modelos vão estrear interfaces de telefones inteligentes com o sistema multimídia de três fornecedores: Mirror Link, Android Auto (Google) e Car Play (Apple).
Apresentou o carro-conceito Golf R Touch, primeiro médio a interpretar comandos por gestos, como celulares Android topo de gama de marcas como a Samsung. Um exemplo: acenando com a mão em direção ao para-brisa o teto solar pode ser fechado e no sentido oposto, aberto.
Em breve todos os instrumentos (grafismo, som e iluminação) serão personalizáveis, como em automóveis mais caros. Oferecerá ainda navegação com alternativas de rotas em tempo real e procura automática de vagas em estacionamentos. A versão elétrica do Golf terá ainda sistema de recarga das baterias por indução, sem plugues e cabos, mas ainda demora alguns anos.
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