#Avaliação: Golf é ícone da Volkswagen e segue vivo, ainda que importado
Resumo da notícia
- Testamos o esportivo de 230 cv e R$ 144 mil
- Modelo é ícone da VW, mas vende pouco
- Rumores apontam possível aposentadoria do Golf
- Chefão da VW garante, porém, que carro-chefe seguirá em linha
- Configuração híbrida chega ainda este ano ao Brasil
- Oitava geração pode iniciar ciclo em que Golf será apenas importado
Como é guiar um ícone automotivo? UOL Carros foi atrás dessa resposta com um Volkswagen Golf GTI 2019. Nenhuma dúvida de que o Golf de sétima geração é a representação sobre rodas dos valores da Volkswagen. Quando foi lançado no Brasil, em 2013, após o vácuo sem as gerações 5 e 6 do médio, se converteu rapidamente em carros dos sonhos: bom de guiar, tecnológico e custando de R$ 68 mil (1.4 TSI) a R$ 95 mil (GTI). Mas tudo mudou com o passar do tempo, o incremento dos valores (o GTI parte atualmente de R$ 150 mil) e a onda SUV, que dominou linhas de produção e garagens.
Assista à nossa vídeo-avaliação do Golf GTI, com boa reportagem feita por André Deliberato, e você vai perceber que o carro mantém a essência de um excelente projeto automotivo, mesmo com o envelhecimento típico de um carro em fim de ciclo. A oitava geração, afinal, está saindo do forno na Europa. O Golf anda muito bem, tem motor e câmbio impecáveis, uma pegada ao volante que agrada a amantes de carros. Mas entrega pouco para quem paga R$ 150 mil e busca também tecnologia, conforto e algum espaço a bordo.
Ainda assim, a Volkswagen já afirmou: o Golf segue vivo, segue em linha. Ainda que a origem possa mudar.
Clientes estão preferindo SUVs
É nessa brecha que o consumidor brasileiro está fechando os olhos não só ao Golf, mas a outros hatches e sedãs médios. E está olhando com muito carinho para SUVs. Em 2018, toda a linha do hatch Golf vendeu 3.070 unidades -- menos de 300 carros ao mês. Ficou atrás do Chevrolet Cruze Sport 6 (5.535 carros) e à frente do Ford Focus (que entregou 2.933 unidades e já teve sua aposentadoria confirmada). O total dos três líderes de hatches médios é de 11.538 unidades.
O líder de SUVs no Brasil em 2018, Jeep Compass, que é um modelo médio, custa mais ou menos o mesmo que as versões mais equipadas desses hatches e, sozinho, emplacou cinco vezes mais unidades: 60.284.
A própria Volkswagen acabou de mostrar o T-Cross, que será, sim, um "inimigo íntimo" do Golf. O SUV compacto usa o mesmo motor 1.4 turboflex, com injeção direta de combustível, que move a configuração inicial do Golf. É feito sobre a mesma base MQB, ainda que em especificação diferente. Oferece mais espaço, mais tecnologia (painéis digitais, interior e exterior customizáveis) e aquela sensação de se olhar o mundo do alto. E isso sem abrir mão de andar forte e ser bom de curva -- claro, não no mesmo nível do Golf.
Detalhe 1: nessa configuração de topo, ainda que não seja esportivo, parte de R$ 110 mil e mesmo "completão" não excede os R$ 130 mil. Detalhe 2: apenas na pré-venda do T-Cross, a Volkswagen já vai garantir mais emplacamentos do que em três meses de Golf.
Não seria o caso de parar com o modelo, como fez a rival Ford? E como muitas fontes especulam que realmente vai acontecer? E como a própria Volkswagen já parou a configuração perua do Golf (a Golf Variant teve suas importações do México suspensas este mês por vender pouco)?
Golf pode ser apenas importado
Não seria o caso de aposentar o Golf no Brasil, não. É o que crava a Volkswagen e com a voz de quem manda. Pablo di Si, presidente para América Latina e Brasil, usou o próprio evento de lançamento do T-Cross para afirmar que tanto Golf, quanto Passat são bandeiras do que a Volkswagen tem de melhor em seu portfólio e que, por isso, não podem e não serão descontinuados em nenhum mercado. Mas isso não significa que tudo deva ficar como está.
"Golf e Passat são nossos carros-chefes e seguirão fazendo parte da nossa linha no Brasil. O que não significa que precisem ser, obrigatoriamente, fabricados localmente", afirmou o executivo.
Atualmente, o Golf 7 é fabricado em São José dos Pinhais (PR), fábrica que abriga outros modelos sobre a plataforma MQB, como Audi A3 Sedan, o próprio T-Cross e, futuramente, a picape Tarok. Já o Passat é importado da Alemanha. Esse pode ser o futuro do Golf, quando estrear a oitava geração.
Haverá, aliás, uma espécie de teste para essa possibilidade ainda este ano: Pablo di Si também confirmou que importará o Golf GTE, configuração híbrida do hatch médio, para finalmente iniciar os primeiros passos de eletrificação da marca no Brasil.
Assim, fica claro que o futuro do Golf, ícone da Volkswagen, está garantido no Brasil. Ainda que de forma diferente. E você, o que acha do carro e dos planos? Deixe sua opinião nos comentários!
FICHA TÉCNICA: Volkswagen Golf GTI 2019
Motor: 2.0 TSI, 4 cilindros, gasolina
Potência: 230 cavalos
Torque: 35,7 kgfm
Câmbio: DSG (automatizado, dupla embreagem), seis marchas
Velocidade máxima: 238 km/h
0-100 km/h: 7 s
Dimensões: 4,27 m de comprimento, 2,63 m de entre-eixos, 1,79 m de largura, 1,45 m de altura
Porta-malas: 338 litros
Peso: 1.317 kg
Preço: R$ 143.790 (iniciais); preço da versão: R$ 165 mil
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