Mercedes-Benz Classe X cancelada foi "banho de água fria" para Toyota
Resumo da notícia
- Crise entre Nissan e Mercedes pode afetar todo o mercado de picapes
- Consumidor pode perder confiança, aponta fonte ligada à Toyota
- Efeitos poderão ser sentidos não apenas na Argentina, mas também no Brasil
A crise de relações (permeada pela economia desfavorável) que levou ao cancelamento da fabricação e venda da picape média de luxo Mercedes-Benz Classe X na Argentina -- decisão que também pode tirar as chances do Brasil receber o modelo -- incomoda não apenas a marca alemã e a parceira Nissan. Até mesmo a rival Toyota se mostrou preocupada com a situação.
Segundo fontes ligadas à marca japonesa, a repercussão do cancelamento foi "um banho de água fria" para o setor automotivo argentino. Sobretudo para o segmento de picapes, que tem na Argentina seu principal polo produtor na América do Sul -- Nissan, Ford e própria Toyota fabricam seus modelos no país vizinho. Impacto em um desses grandes produtores pode afetar, "por tabela", todo o segmento.
"Para um mercado que almejava quase 1 milhão de carros e agora vende menos de 500 mil, a produção das duas picapes gerou uma expectativa positiva. Porém, o anúncio da desistência foi muito mal recebido, um baque para a indústria e para o mercado. Causou desânimo no cenário como um todo", afirmou a fonte.
Toyota Hilux, Ford Ranger e Nissan Frontier são produzidas na Argentina e de lá chegam ao Brasil. A fábrica da Nissan em Córdoba também produziria a Mercedes Classe X, em projeto já abandonado, e a Renault Alaskan, em projeto congelado até 2020, mas que ainda corre risco de não vingar.
Problemas com consumidores
Na Argentina, a Mercedes-Benz terá ainda problemas com o público consumidor, justamente por ter cancelado o projeto. Como chegou a vender por pré-venda e sistema de consórcio a Classe X, visando clientes preferenciais e em potencial, terá de devolver o dinheiro já arrecadado e ainda pagar multa. Uma das alternativas à devolução é dar crédito na compra da nova geração do furgão Sprinter, que será lançado no segundo semestre.
O que parece ser bom para rivais -- atrair clientes magoados com outras marcas -- também pode ser ruim para o mercado como um todo, aponta a fonte ligada à Toyota.
"Do ponto de vista de produto, é menos concorrência que se tem. Porém, para a indústria é ruim. E não só argentina, na brasileira também. Passa uma imagem de pouca confiança na região e piora as perspectivas para o mercado".
De toda forma, nenhuma outra empresa perderia tanto com o caso quanto a própria Mercedes, afirmou: "Por mais que seja a Mercedes [com toda a pompa de grife de luxo], isso é ruim para a imagem da marca".
No Brasil, o mercado de picapes médias (descontando a Fiat Toro) tem a Toyota Hilux na liderança de vendas, com 13.092 unidades acumuladas de janeiro a abril, seguida por Chevrolet S10 (que é feita no Brasil), com 8.247 unidades. Nissan Frontier é a última nesse segmento, com 2.579 entregas.
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