Duelo: Pajero Sport encara SW4 no confronto de SUVs "raiz" para 7 pessoas
Resumo da notícia
- Dupla faz parte de espécie em extinção: os SUVs raiz feitos sobre chassi
- SW4 é vendido no Brasil desde os anos 90; Pajero Sport acaba de mudar
- Preços são salgados:ambos passam de R$ 260 mil
Está cada vez mais difícil achar um SUV fiel às raízes do segmento. Atualmente, as fabricantes preferem lançar modelos que tenham cara de utilitário esportivo, mas feitos para rodar quase o tempo todo no asfalto. Felizmente existem algumas exceções no mercado, como o Toyota SW4 e o recém-lançado Mitsubishi Pajero Sport, que se encontram neste duelo de UOL Carros.
O SW4 já é figurinha carimbada nas nossas ruas. Está presente no Brasil desde meados dos anos 90 e foi um dos precursores na época em que havia apenas SUVs importados no país. A versão avaliada foi a topo de linha Diamond, vendida por R$ 279.990. É mais até do que os R$ 265.990 pedidos pelo Mitsubishi Pajero Sport, apresentado aos brasileiros em versão única HPE durante o Salão do Automóvel de São Paulo, realizado no fim de 2018. Vale ressaltar também que o terceiro membro deste "clube" é o Chevrolet Trailblazer, mas decidimos reunir as duas últimas novidades do segmento neste confronto.
Dono de um estilo controverso (que acaba de ser renovado na Tailândia), o modelo é o mais caro à venda pela Mitsubishi no país. Em compensação, ele vem com uma generosa lista de equipamentos de série. Veja abaixo o conteúdo dos SUVs:
+ Mitsubishi Pajero Sport HPE
Piloto automático adaptativo, frenagem autônoma, 7 airbags, controles de tração e estabilidade, alerta de pontos cegos, ganchos Isofix para cadeirinhas, sensores dianteiros e traseiros de estacionamento, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, banco do motorista com regulagens elétricas, freio de estacionamento elétrico, central multimídia com tela tátil de 7 polegadas, GPS e suporte a Android Auto e Apple CarPlay, quatro entradas USB, duas tomadas de três pinos, teto solar elétrico, bancos revestidos em couro com aquecimento, câmera de ré, sistema de tração 4x4 e rodas de liga leve de 18 polegadas com acabamento diamantado.
+ Toyota SW4 Diamond
Piloto automático, 7 airbags, controles de estabilidade e de tração, ganchos para fixação de cadeirinhas Isofix, abertura elétrica da tampa do porta-malas, sistema de som JBL com 10 alto-falantes e amplificador, sensores de estacionamento traseiros, rodas de liga leve de 18 polegadas, câmera de ré, maçanetas externas cromadas, estribos laterais, bancos revestidos em couro bege com aquecimento, central multimídia com tela tátil de 8 polegadas, GPS, TV digital e função de espelhamento de smartphones, modos de direção Power e Eco, sistema de tração 4x4, assistente de partida em rampas, controle de velocidade em descidas e rodas de liga leve de 18 polegadas com acabamento diamantado.
Apenas o Pajero Sport investe em tecnologias de condução semi-autônoma com piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência e alerta de pontos cegos. Sensores de estacionamento na dianteira também é um item exclusivo do Mitsubishi. E a central multimídia do Pajero também é mais completa por suportar os sistemas operacionais dos smartphones, algo que a SW4 fica devendo. O SUV da Toyota, em contrapartida, vem com abertura elétrica da tampa do porta-malas e um sistema de som de melhor qualidade.
Mundos diferentes
Se os SUVs compartilham características como o tipo de construção (de carroceria sobre chassi) e sejam bem equipados, as diferenças surgem logo no visual. O SW4 ainda tem um design bonito por fora, mas já parece um pouco envelhecido diante do Pajero. Feito na Tailândia, o carro tem linhas mais atuais e ousadas, principalmente na traseira - certamente o ponto mais polêmico do design. As lanternas enormes causam um pouco de estranheza à primeira vista, ao contrário da frente com linhas harmoniosas.
Por dentro, a versão Diamond aposta em uma decoração distinta das outras versões. Há revestimento dos bancos na cor bege e apliques no painel na cor cobre (ou rosé gold, se preferir), mesma tonalidade presente até na chave. O painel de instrumentos tem um grafismo bonito e facilita a leitura de quem dirige. O visual geral, porém, já está um pouco cansado: os comandos do ar-condicionado são pouco intuitivos e o reloginho digital no centro do console nos leva de volta para os anos 90.
A cabine do Pajero lembra muito a da L200 Triton, mas com um acabamento de qualidade superior. Existem algumas soluções inusitadas, como o botão de partida do lado esquerdo do motorista. Alguns dirão que a referência são os carros da Porsche, mas outros (como eu) vão procurar várias vezes do lado direito até lembrar que o tal do botão está do lado oposto.
A parte inferior do console central fica em uma posição inclinada, facilitando o acesso à algumas funções, como os controles da tração nas quatro rodas. A central multimídia do Pajero tem melhor usabilidade e é mais responsiva ao toque dos dedos do que a da SW4.
Ambos são feitos para acomodar sete pessoas, embora na prática o uso mais indicado seja com cinco adultos e duas crianças. Enquanto no Pajero os bancos podem ser rebatidos e dobrados facilmente no assoalho, os bancos do SW4 só podem ser rebatidos para as laterais do porta-malas, atrapalhando a visibilidade.
O acesso até os assentos extras, porém, não é tão bom assim em nenhum dos SUVs. De toda maneira, a terceira fileira de bancos é um pouco mais confortável no Pajero, até porque o modelo tem uma distância entre eixos maior: são 2,80 metros contra 2,74 metros do SW4.
Pajero é mais confortável, dentro e fora do asfalto
Dirigir qualquer um destes SUVs demanda cautela para se acostumar aos seus comportamentos por serem carros grandes, altos e feitos sobre chassis.
Mesmo assim, o Pajero apresenta um comportamento mais previsível e seguro nas curvas: a carroceria inclina menos e o motorista sente que está mais no controle do que no SW4. A direção hidráulica é pesada e requer esforço para manobrá-los. A suspensão do Pajero filtra melhor as irregularidades do asfalto e absorve impactos fora dele com mais suavidade. Além de sofrer menos para vencer os obstáculos, ele mal trata menos quem está dentro.
A transmissão automática de oito marchas é fundamental para o bom desempenho do Pajero. As oito marchas são trocadas de forma suave, trabalhando bem com o motor 2.4 turbodiesel de 190 cv e 43,9 kgfm, garantindo que o SUV não perca o pique nas acelerações e retomadas. Já o SW4 tem um motor 2.8 com 177 cv e 45,9 kgfm, suficientes para fazer com que ele não faça feio quando exigido.
Nada parece abalar o prestígio do SW4, que aproveita a boa reputação da Toyota para vender bem mesmo custando caro. Essa não é a única razão para ele vender bem: o carro é robusto, confiável e tem um estilo diferente na versão Diamond. Porém, o Pajero Sport é uma alternativa bastante atraente para quem quer um SUV moderno, confortável e capaz de encarar lama sem dificuldades.
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