Civic Touring é mais barato e equipado que HR-V turbo; vale comprar o SUV?
Ao lançar a linha 2020 do HR-V em maio, a Honda passou a equipar a versão Touring do SUV compacto com o mesmo motor 1.5 turbo a gasolina de 173 cv e 22,4 kgfm do Civic topo de linha. Ao mesmo tempo, o utilitário esportivo ganhou um belo incremento no preço dessa configuração, passando a custar R$ 139,9 mil - o que rendeu debates acalorados nas redes sociais e na seção de comentários de UOL Carros.
As críticas ao preço do HR-V Touring tomam como comparação outro modelo da Honda: o Civic de mesma versão, que é exatamente R$ 5.000 mais em conta, trazendo mesma motorização. Rodamos com os dois modelos por cerca de uma semana cada para responder: vale a pena levar o SUV?
Levando em conta o que cada um oferece, só escolhe o HR-V turbo quem faz questão de utilitário esportivo, em especial o modelo da Honda, e compra movido pela emoção. Porque, racionalmente, o Civic faz muito mais sentido: é mais barato, traz mais equipamentos, é melhor de dirigir e traz mais espaço interno - além de ter construção e acabamento mais refinados.
Sejamos justos: o HR-V Touring é um dos melhores SUVs compactos disponíveis no mercado, oferecendo desempenho empolgante com baixo consumo, apesar de beber só gasolina (como o Civic), e ajuste dinâmico mais esperto que a média da sua categoria. Também é verdade que ele traz um item que pode pesar na decisão de compra, indisponível no sedã médio: teto solar panorâmico, que cobre quase toda a extensão da carroceria, contra o teto solar comum do Civic.
Sedã mais sofisticado
Mas basta sair do sedã e imediatamente entrar no HR-V para perceber as muitas diferenças que separam os dois. O Civic traz acabamento mais caprichado, com mais texturas e superfícies suaves ao toque, bem como melhor posição de dirigir e maior isolamento acústico - nele, o motor 1.5 turbo é bem mais silencioso. Basta passar os olhos e ver o cluster digital em tela TFT de sete polegadas, enquanto o SUV traz computador de bordo em tela monocromática, no lado direito.
Outro detalhe que você nota com facilidade: enquanto o sedã oferece banco do motorista com ajustes elétricos, no HR-V as regulagens são manuais, como nas versões mais simples. Além disso, só o Civic Touring tem ar-condicionado com dois ajustes independentes de temperatura, bem como saída de ar exclusiva para o banco traseiro.
Não bastasse isso, o sedã oferece recarga de celular por indução (sem fio) no console central e, na linha 2020, ganhou um excelente sistema de som com 452 W e dez alto-falantes, incluindo subwoofer. No HR-V, são quatro falantes e dois tweeters (a potência não é informada).
Menos resolução
Ambos têm central multimídia com tela tátil de sete polegadas, que não é das maiores, porém no Civic ela traz maior resolução e operação mais rápida e intuitiva, ainda que não seja uma referência. A diferença na resolução é bem perceptível ao acionar a câmera de ré, disponível em ambos.
Os dois carros também trazem o sistema LaneWatch, que consiste em uma câmera instalada no retrovisor direito, para minimizar os pontos cegos. A tecnologia exibe a imagem da lateral do carro na multimídia ao acionar a seta direita ou ao apertar um botão na extremidade da haste do volante. O detalhe é que a qualidade dessa imagem é muito pior no SUV, especialmente à noite.
As diferenças também são perceptíveis em relação ao espaço interno. Com 2,70 m de distância entre-eixos, o Civic mede 9 cm a mais que o HR-V, oferecendo naturalmente mais lugar para acomodar as pernas atrás. Também é ligeiramente mais largo (1,79 m contra 1,77 m). Já em relação ao porta-malas, o sedã ganha de goleada: 517 litros contra 393 litros.
Vale mencionar que o HR-V Touring traz compartimento de bagagens menor que o das demais versões do SUV, para acomodar o escapamento esportivo com duplo escape. Por conta disso, seu porta-malas perdeu 44 litros na capacidade.
HR-V é mais alto e traz bancos modulares
Por outro lado, o utilitário esportivo da Honda contra-ataca oferecendo carroceria mais alta (1,60 m contra 1,43 m) e o sistema Magic Seat, que permite diferentes configurações de rebatimento dos assentos, trazendo versatilidade da qual o sedã não dispõe e que é um dos motivos que fazem o HR-V vender mais na somatória das versões. Em setembro, o SUV teve 3.839 emplacamentos, ante 2.377 unidades licenciadas do sedã.
Ao considerar comportamento dinâmico e conforto ao rodar, a vantagem do Civic também é clara. Ele traz direção mais direta e uma condução mais conectada ao motorista, muito por conta das suspensões mais sofisticadas, que trazem configuração MultiLink na traseira, enquanto no HR-V ela tem eixo de torção. Isso resulta em mais estabilidade, principalmente em curvas de raio mais fechado e em velocidades mais altas.
O Civic também é equipado com buchas hidráulicas na dianteira e na traseira, o que resulta em um rodar mais confortável, capaz de filtrar melhor o impacto de irregularidades do piso.
Na versão turbinada, o HR-V conta com ajuste diferente nos amortecedores e nas molas, além de trazer barra estabilizadora mais espessa no eixo dianteiro para lidar com a maior potência se comparado às outras versões, equipadas com motor 1.8 flex de 140 cv e 17,4 kgfm.
Tanto o SUV quanto o sedã têm motor gerenciado pelo câmbio CVT com simulação de sete marchas e opção de trocas manuais por meio de borboletas no volante, que agrada. Em rotações médias, mantém a subida de giros mais progressiva, mas basta pisar fundo no acelerador que ele prontamente reage. A Honda não divulga dados de desempenho, mas dá para dizer que os dois são muito espertos, tornando acelerações e retomadas mais seguras e até divertidas.
Cerca de 50 kg mais leve, o Civic dá a impressão de também andar mais.
Pontos em comum
Os dois também têm pontos em comum na lista de equipamentos, como tapetes acarpetados, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, freio de estacionamento eletrônico, Isofix, rebatimento elétrico dos retrovisores, controle de velocidade de cruzeiro, rodas de liga leve de 17 polegadas, controles de tração e estabilidade, vetorização de torque (que freia a roda interna para facilitar o contorno de curvas) e seis airbags.
Nas versões de topo, a dupla também traz faróis full-LED com sensor crepuscular.
Em resumo, o Civic é um projeto mais sofisticado e, como os SUVs estão na moda e vendem mais, acaba custando menos. Sempre é bom lembrar que o HR-V compartilha plataforma e uma série de componentes com o City, projeto mais simples, enquanto a versão SUV do Civic é o CR-V - que traz o mesmo motor 1.5 turbo, porém custa R$ 194,9 mil.
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Ficha técnica: Honda Civic Touring
Motor: 1.5 16V, DOHC, VVT-I, turbo, gasolina, injeção direta e intercooler
Potência: 173 cv a 5.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm, de 1.700 rpm a 5.500 rpm
Câmbio: CVT com simulação de 7 marchas e borboletas no volante
Aceleração de 0 a 100 km/h: não informada
Velocidade máxima: não informada
Dimensões: 4,64 metros de comprimento, 1,79 metro de largura, 1,43 metro de altura, 2,70 metros de entre-eixos
Tanque: 56 litros
Peso: 1.329 kg
Porta-malas: 517 litros
Preço: R$ 134.900
Ficha técnica: Honda HR-V Touring
Motor: 1.5 16V, DOHC, VVT-I, turbo, gasolina, injeção direta e intercooler
Potência: 173 cv a 5.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm, de 1.700 rpm a 5.500 rpm
Câmbio: CVT com simulação de 7 marchas e borboletas no volante
Aceleração de 0 a 100 km/h: não informada
Velocidade máxima: não informada
Dimensões: 4,33 metros de comprimento, 1,77 metro de largura, 1,60 metro de altura, 2,61 metros de entre-eixos
Tanque: 50 litros
Peso em ordem de marcha: 1.380 kg
Porta-malas: 393 litros
Preço: R$ 139.900
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