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Com famílias menores, por que SUVs de 7 lugares são a nova moda do mercado

Volkswagen Tiguan - Murilo Góes/UOL
Volkswagen Tiguan Imagem: Murilo Góes/UOL

José Antonio Leme

Do UOL, em São Paulo (SP)

13/04/2021 04h00

Segundo pesquisa da ONU (Organização das Nações Unidas) e dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a média de filhos por família hoje é de 1,77 no Brasil. Já no restante da América Latina, o número varia entre 2 e 2,5.

Enquanto as famílias encolhem, os SUVs crescem. A nova moda são os modelos de sete lugares, que já têm representantes instalados no País e ganharão mais companhia nos próximos anos. Como explicar esse fenômeno que vai se formando no mercado?

Exemplo desse movimento, o Caoa Chery Tiggo 8 foi o segundo SUV médio/grande mais vendido de março. Já o Volkswagen Tiguan AllSpace, que tinha três versões de cinco ou sete lugares, sempre teve a maioria das vendas concentrada nas versões com maior número de ocupantes.

O resultado do crescimento e mudança no mercado é mais aspiracional do que realmente por necessidade, explica Paulo Roberto Garbossa, da consultoria ADK Automotive. "O cliente que está atrás do SUV de sete lugares trabalha com a possibilidade de precisar dos assentos extras".

Ele recorda que uma parte desses clientes realmente tem a necessidade. "Se você tem dois bebês, sabe que uma terceira pessoa não consegue sentar entre as cadeirinhas. E aí, para esse cliente, o posto extra se torna útil. Mas, para a maioria, é sempre pela possibilidade de precisar", completa.

Marcello Braga, diretor de marketing do grupo Caoa, dá o exemplo da "família adicional". "O cliente que busca um SUV de sete lugares, geralmente a família é composta de quatro pessoas, mas às vezes são os filhos adolescentes com namorados, ou são os filhos pequenos e os avós. São as pessoas que não fazem parte do núcleo duro da família".

Garbossa pontua que, na maior parte do tempo, o cliente do SUV de sete lugares é pego pelo espaço extra para carga. "Como o produto de sete lugares é, geralmente, uma versão prolongada de um de cinco, a capacidade porta-malas é maior, garantindo maior conforto para quem viaja muito".

Valor agregado

Em termos de mercado, o SUV por si só já tem um valor agregado maior do que seus equivalentes sedãs, peruas ou, em outros tempos, minivans. "As pessoas estão dispostas a pagar mais por um SUV. Então, nesse sentido, não há muita diferença em relação ao modelo de cinco ou sete lugares", diz uma fonte ligada ao mercado.

"A diferença de valor entre eles os modelos de cinco ou sete lugares acaba ficando associada às alterações que foram feitas e às melhorias necessárias, como saídas de ar-condicionado extra, os bancos e etc.", completa.

A mudança, claro, pode gerar mais custos se houver mudança de mecânica em relação ao modelo menor. No caso do Tiguan, isso acontecia com a versões 1.4 turbo, de entrada, e R-Line (única à venda no País ainda), com o 2.0 turbo. Já a Caoa Chery conta com Tiggo 7 e Tiggo 8, sendo que o primeiro usa um propulsor 1.5 turbo e flexível, enquanto o segundo tem um 1.6 turbo a gasolina mais potente.

Próximas novidades de sete lugares

Ainda este ano, a Jeep apresentará seu SUV de sete lugares, o Commander. Ele será produzido em Goiana (PE) ao lado de Renegade, Compass e Fiat Toro, sobre a mesma plataforma dos três.

A Hyundai mostrou na Índia o Alcazar, versão de sete lugares do novo Creta, modelo que deve desembarcar por aqui em 2022. A Renault ainda decide se segue em frente com o projeto de sete lugares do Duster, que já teve até conceito apresentado, o Bigster.

A Caoa Chery terá o sete lugares VX 400T, da sua marca de luxo Exeed, para 2022. Já a Kia trará a nova geração do Sorento ao País, apesar de ainda oferecer a geração anterior no site da companhia.