Rara Ferrari 'à prova de ferrugem' é salva após ficar intocada por 34 anos
O que você faria se tivesse uma Ferrari na garagem? Provavelmente, não a deixaria parada durante 34 anos.
Esse é o caso de uma 308 GTB 1977 resgatada recentemente na Inglaterra por um colecionador que prefere o anonimato. A história do resgate é relatada pelo youtuber Scott "Ratarossa" Chivers, que conversou com o novo dono.
Trata-se, primeiramente, de um exemplar relativamente raro: foram feitas apenas 712 unidades com carroceria de fibra de vidro, que valeu o apelido "Vetroresina", que designa em italiano o material utilizado na construção da parte externa,
Apenas a primeira safra do cupê, lançado em 1975, trouxe essa tecnologia, que foi abandonada pela fabricante a partir da metade de 1977, quando a 308 GTB passou a ser construída com carroceria de aço.
"Por muitos anos, ninguém queria esses carros de fibra de vidro. Então, subitamente, os colecionadores perceberam que eles são muito mais raros e o preço subiu bastante", diz Chivers, em entrevista a UOL Carros.
Enquanto uma 308 de aço atinge preços entre R$ 296 mil e R$ 593 mil, explica o youtuber, exemplares de fibra chegam a atingir entre R$ 890 mil e R$ 1,4 milhão - dependendo do estado de conservação e da quilometragem. Os valores citados acima são para o mercado britânico, já convertidos de libras para reais.
Outro ponto que torna esse achado ainda mais raro é que ele conta com direção do lado direito. "Apenas 154 unidades nessa configuração foram produzidas", aponta Chivers. É uma considerável minoria se levarmos em conta que cerca de 10 mil unidades da Ferrari 308 foram produzidas entre 1975 e 1985, quando saiu de linha.
No momento, o carro passa por um processo que mescla restauração e manutenção. "Nos dez anos em que o dono antigo usou o carro, ele rodou bem, algo em torno de 110 mil quilômetros. Ao ser retirado da garagem, o estado era bom após mais de três décadas, o motor estava funcionando", relata.
Magnum, mas nem tanto
A Ferrari 308 substituiu a Dino 246 em 1975. Ela traz motor V8 com 255 cavalos em sua versão europeia. Nos primeiros modelos, chamava a atenção a carroceria de fibra de vidro, fazendo o carro pesar apenas 1.050 kg - quando passou a ser feita de aço, o modelo "engordou" 150 kg.
Além do baixo peso, uma das características da fibra de vidro é não sofrer corrosão, mas isso não quer dizer que esse carro é totalmente à prova de ferrugem, já que ele mantém o chassi de aço. De qualquer forma, isso ajudou o carro a não ter o mesmo destino que a única Dino 208 GT4 do Brasil.
Inicialmente, havia apenas o modelo GTB, de carroceria fechada - mesma configuração do exemplar citado ao longo desse texto. Em 1977, foi lançada versão GTS, que traz um teto de abertura parcial do tipo Targa. Ao longo dos dez anos de existência, o carro passou por algumas alterações, como a adoção de injeção mecânica em 1980 e de quatro válvulas por cilindro em 1982.
Paralelamente, a Ferrari fez, a partir de 1980, versões mais mansas do carro, começando pela 208, que também tinha variantes GTB e GTS. Em 1982, a 208 ganhou motor turbo, com as mesmas opções de carroceria.
A Ferrari 308 ficou famosa devido ao seriado policial "Magnum", estrelado por Tom Selleck e que teve episódios inéditos entre 1980 e 1988. O veículo do seriado, no entanto, era da versão GTS, com teto removível. Diferente, portanto, do modelo encontrado na garagem britânica.
O modelo foi substituído em 1985 pela 328, uma evolução da 308, com alterações construtivas e motor maior e mais potente. Teve vida consideravelmente curta, dando lugar à 348 em 1989.
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