BYD Han é bonito e anda como esportivo, mas poderia custar menos
Resumo da notícia
- Sedã Han precisa de apenas 3,9 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h
- Segundo modelo da BYD no Brasil tem 494 cv e design chamativo
- Chineses chamam Han de 'Ferrari limpa' e apontam até Porsche Taycan como rival
Faz menos de seis meses que a chinesa BYD começou a vender automóveis de passeio no Brasil. A fabricante, que está no país desde 2015 e monta até ônibus elétrico no Brasil, resolveu entrar no segmento de automóveis de passeio movidos a eletricidade.
Depois do SUV Tan, chegou a vez do Han estrear no país. Trata-se de um sedã imponente com visual moderno e porte grande, que será importado em versão única de acabamento por salgados R$ 539.990 em seu lote inicial.
O preço alto e o desconhecimento da marca, porém, não parecem abalar a confiança dos chineses. Pelo contrário: em visita ao Brasil, a vice-presidente global da empresa, Stella Li, esbanjou otimismo - e até um pouco de marra.
"Quando você entra em um Han, a sensação é a mesma de estar em um BMW ou Mercedes", disse a executiva, que chegou a chamar o sedã elétrico de "Ferrari limpa", em alusão ao desempenho e ao fato de o modelo não emitir poluentes.
Estilo agrada, mesmo sem tanta personalidade
As comparações com outros modelos também poderiam se estender ao design.
O projeto assinado pelo alemão Wolfgang Egger, ex-Audi, é uma combinação de elementos vistos em carros de outras marcas asiáticas e alemãs. Neste critério, o SUV Tan consegue ter mais personalidade do que o Han.
É difícil não lembrar do Honda Civic ao olhar para a dianteira, enquanto as lanternas parecem vindas de um sedã da Peugeot. De perfil, a silhueta mais baixa e sinuosa remete ao Tesla Model S.
Apesar da combinação inusitada, o Han tem um design bonito e que chama bastante atenção nas ruas. Alguns detalhes chamam atenção, como as maçanetas embutidas na carroceria. Basta destravar as portas pela chave ou apenas apertar um botão que fica na própria maçaneta para que ela surja automaticamente.
Já a cabine tem mais personalidade. O estilo é rebuscado, mas o acabamento impressiona pela qualidade de construção. Notam-se inspirações em alguns rivais alemães, como na estampa da madeira que reveste as portas, bastante parecida com a dos carros da Mercedes-Benz. O cliente pode encomendar o Han com um vibrante revestimento em couro vermelho, embora existam opções mais discretas.
Lista de equipamentos agrada
Mas nada chama mais atenção do que a tela tátil de 15,6 polegadas da central multimídia. Além de gigantesca e de exibir imagens em alta resolução, ela pode ser rotacionada na horizontal ao toque de um botão.
Fora todos os recursos de um bom sistema de entretenimento, ela disponibiliza quatro câmeras para o usuário, sendo três externas (que projetam a imagem do veículo na tela) e uma interna. Esta última serve para tirar selfies e até realizar chamadas por videoconferência (desde que o carro esteja estacionado, é claro), já que o Zoom é um dos aplicativos instalados no veículo.
O Han será trazido para cá em versão única de acabamento e com uma extensa lista de equipamentos. Anote aí: 7 airbags, controles de estabilidade e de tração, alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, sistema de estacionamento semiautônomo e sensor de pontos cegos, entre outros itens.
Durante nossa breve avaliação, realizada nas ruas do Rio de Janeiro em pleno Carnaval (atrasado), o Han agradou bastante pelo desempenho. As respostas explosivas dos dois motores elétricos divertem qualquer um e ficam ainda mais afiadas no modo Sport, a ponto de ser difícil extrair todo seu potencial nas ruas de qualquer cidade.
A posição de dirigir é bastante confortável e os bancos apóiam muito bem o corpo. A espuma tem densidade acima da média e o nível de conforto também não fica muito atrás dos modelos alemães. Já a direção é bastante leve sem transmitir insegurança nas acelerações e velocidades mais elevadas - algo que já senti em outros modelos chineses.
Vida boa mesmo é a de quem viaja atrás. Fora os bancos extremamente aconchegantes, existe uma tela escondida no descansa-braço central para controlar as principais funções do carro. Por meio dela é possível ajustar temperatura e velocidade do ar-condicionado, controlar o sistema de som, abrir ou fechar o teto solar e até regular a posição do banco do passageiro dianteiro.
É uma boa compra?
O Han é uma opção bastante interessante para quem está de olho em um carro elétrico. Seu maior problema, porém, está no preço. Quem pode gastar mais de meio milhão de reais em um automóvel provavelmente não vai pensar em um modelo chinês - por mais interessante que ele seja.
Esse é o maior desafio da BYD com seus dois modelos de luxo, que são notadamente modernos, confortáveis e bonitos. Resta saber se o robusto (e ousado) plano de crescimento da empresa, que projeta ter uma rede de 100 revendas até o fim de 2023, será suficiente para quebrar o preconceito de quem está acostumado a comprar apenas carros europeus.
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