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CBAt recua e atletas do revezamento 4x100m não perderão bolsa do governo

A equipe brasileira de revezamento 4x100m deixou o bastão cair durante a prova em Moscou - Valterci Santos/AGIF/COB
A equipe brasileira de revezamento 4x100m deixou o bastão cair durante a prova em Moscou Imagem: Valterci Santos/AGIF/COB

Rodrigo Paradella

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/08/2013 16h36

Em consenso com o Ministério do Esporte, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) recuou da decisão de excluir do programa Bolsa Pódio as atletas do revezamento 4x100 metros feminino brasileiro, desclassificado na final do Mundial de Moscou após um erro na passagem do bastão. O benefício é de R$ 11 mil mensais para Vanda Gomes, Rosângela Santos e Evelyn dos Santos, que não conseguiram o direito através de outros critérios.

A opção pela exclusão havia sido encarada como uma punição às atletas, que além de perderem a chance de ir ao pódio também expuseram um racha na equipe, com direito a críticas à preparação do Brasil para o Mundial. O regulamento do programa exigia que as atletas ficassem entre as oito melhores da competição, o que tinha sido garantido com a chegada às finais. Mas, por conta da eliminação, a equipe formada por Vanda Gomes, Franciela Krasucki, Evelyn dos Santos e Ana Cláudia Silva perdeu a oitava colocação do torneio e ficaram sem uma posição definida. 

“Elas foram para a final, então estão entre as oito melhores equipes do mundo. A definição a que chegamos é que elas têm direito, sim, ao plano. Já entramos em contato com a CBAt para reiterar que elas continuarão a ter o direito”, explicou o secretário  de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser durante o anúncio da lista de 27 judocas que também receberão o benefício.

O erro do Brasil ocorreu quando a equipe brigava por medalhas, já que estava em segundo, na última troca de bastão. O erro foi de Vanda Gomes, que deixou o objeto cair ao recebê-lo de Franciela Krasucki, após Evelyn dos Santos e Ana Cláudia Silva deixarem o Brasil em segundo lugar, atrás da Jamaica.

Vanda não disputou as eliminatórias, quando o Brasil quebrou o recorde sul-americano e garantiu vaga na decisão. Ela substituiu Rosângela Santos, que havia fechado na classificatória - o Brasil entrou na decisão com o 4° melhor tempo. Após a prova, ela criticou a a preparação da equipe. "A gente não treinou o suficiente. Deixamos de lado treinar. Ficamos 30 dias comendo e dormindo mal", disse. Nenhuma colega saiu em sua defesa.

O Bolso Pódio, parte do Programa Brasil Medalhas, pretende destinar R$ 1 bilhão para ajudar na preparação de atletas com chances reais de pódio nos Jogos do Rio, pagando bolsa mensal de até R$ 15 mil, com validade de um ano (renovável) além de outros R$ 20 mil para serem utilizados na compra de material esportivo, ida a competições, entre outras necessidades dos atletas. Além disso, garante aos contemplados contratação de equipe multidisciplinar, com salários de até R$ 5 mil por profissional como nutricionista e preparador físico.

Um dos critérios estipulados pelo Ministério do Esporte para a concessão da bolsa é que o atleta esteja entre os 20 primeiros do ranking mundial. A CBAt esperou o fim do Mundial para fazer esta checagem e encontrou 15 atletas nesta condição. A entidade negociou previamente com o Ministério do Esporte para que os revezamentos que terminassem entre os oito primeiros do Mundial também fossem contemplados.