Venceu o câncer duas vezes. Agora, chega como zebra em final de Mundial
A classificação para a final dos 3.000 metros no Mundial Indoor de Atletismo, em Sopot (Polônia), foi apertada: o tempo de 8min58s10 foi o terceiro pior entre as 12 qualificadas. Mas a americana Gabriele Grunewald, de 27 anos, tinha mais o que comemorar além do resultado.
A fundista, sem um currículo de grandes performances no início da carreira, foi diagnosticada com câncer nas glândulas salivares em 2009. O tumor foi retirado, mas em 2011 a atleta enfrentou outro câncer, agora na tireoide.
Depois de mais um tratamento bem-sucedido, ela voltou a correr e, no último mês de fevereiro, se sagrou campeã americana indoor dos 3.000 metros. Na estreia em Mundiais, nesta sexta (7), ela superou a primeira etapa antes da final.
“Me sinto afortunada por minha saúde estar ótima agora. Preciso tirar vantagem dessas experiências ótimas, e essa foi a coisa que eu mais aprendi de todos os problemas de saúde que enfrentei. É meu primeiro Mundial, indoor ou outdoor, e espero que muitos outros venham. Apenas aproveito o momento e corro o meu melhor”, disse a atleta em entrevista ao site oficial da IAAF (federação internacional de atletismo).
“Depois que superei o câncer, tentei priorizar algumas coisas na minha vida e me concentrar em ser a melhor corredora possível. Antes disso, eu era apenas uma atleta universitária regular. Não estava nem perto da elite, como estou agora”, admitiu. “É maravilhoso estar aqui em Sopot.”
Para a final dos 3.000 metros, marcada para domingo, ela terá como rival a etíope Genzebe Dibaba, grande favorita à medalha de ouro e que conta com a melhor marca pessoal entre as finalistas: 8min16s60, conquistada em fevereiro.
As marcas de Gabriele Grunewald, em comparação com as outras competidoras, tornam o sonho de pódio um pouco distante. Nesta sexta, ela não conseguiu a vaga automática como uma das quatro melhores nas duas baterias disputadas, ficando com a classificação por ter feito o segundo melhor tempo entre as não qualificadas.
“A ideia era conquistar a vaga automática, mas não consegui. Vi pelos tempos da primeira bateria [ela correu a segunda] que daria para se classificar como uma das ‘perdedoras mais rápidas’. Estou tranquila com relação a isso. Acho que serei cinco segundos mais rápida no domingo, e preciso disso, porque são muitas atletas ótimas na disputa.”
“Será uma honra enfrentar a Genzebe. Apenas quero fazer minha corrida e conseguir o melhor possível”, concluiu.
Duda vai à final; Keila e Anderson Henriques são eliminados
Mauro Vinícius da Silva, o Duda, foi o único brasileiro que conseguiu se classificar no primeiro dia do Mundial, nesta sexta-feira. Buscando o bicampeonato no salto em distância, após ter levado a medalha de ouro no Mundial Indoor de Istambul, na Turquia, em 2012, Duda saltou 8,02 m e conseguiu a sétima melhor marca em sua terceira e última tentativa. O primeiro colocado foi o polonês Adrian Strzalkowski, com 8,18 m, 10 centímetros a menos do que a melhor marca da carreira de Duda - a mesma que garantiu o título ao brasileiro em Istambul. "Todos sabem que estou sem ritmo, tive umas lesões. Mas não tem desculpa, tem que ir para cima", disse o atleta ao Sportv, após a prova. A final será disputada neste sábado. Keila Costa, no salto triplo, e Anderson Henriques, nos 400 m, os outros brasileiros que participaram nesta sexta, foram eliminados no qualificatório de suas respectivas competições.
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