Topo

"Era Duncan" pode ter chegado ao fim com marcas negativas em trio de astros

Tim Duncan mostra tristeza na entrevista coletiva, após a derrota do Spurs para o Heat  - AP Photo/Lynne Sladky
Tim Duncan mostra tristeza na entrevista coletiva, após a derrota do Spurs para o Heat Imagem: AP Photo/Lynne Sladky

Do UOL, em São Paulo

21/06/2013 07h45

O clichê "fechar com chave de ouro" resumiria bem o significado de uma suposta conquista do San Antonio Spurs sobre o Miami Heat na noite da última quinta-feira. Porém, o que seria o quinto troféu obtido nos anos 2000 e consagraria o período mais vitorioso da história da franquia virou apenas um clima de despedida do trio de astros que levou a equipe a atingir títulos nunca antes alcançados.

Além de tudo, deixará marcas nas estrelas: Tim Duncan já assumiu que o jogo 7 da decisão lhe "assombrará" para sempre. Manu Ginóbili teve erros decisivos no final da partida e Tony Parker não conseguiu armar o jogo com a qualidade sempre mostrada anteriormente.

Duncan está com 37 anos e cogitou a aposentadoria antes do início das finais. Manu Ginóbili completará 36 em julho, vê seu contrato chegar ao fim e não sabe qual será o seu futuro. A única presença garantida é a de Tony Parker, com mais duas temporadas de vínculo.

Atuações mais decisivas do trio seriam fundamentais para a tentativa de mais um título dos Spurs. Apesar da idade, Duncan manteve a regularidade e foi a referência dos Spurs na decisão, com direito a duplos-duplos em cinco dos sete jogos das finais e uma média de 18,1 pontos e 10,2 rebotes nos playoffs. Mas os outros dois decepcionaram.

Parker não foi o jogador dos momentos decisivos, principalmente devido a uma lesão na coxa sentida ainda antes dos playoffs começarem, que forçou o ténico Gregg Popovich a poupá-lo por mais temo do que gostaria durante a decisão.

Já Ginóbili foi o mais apagado do trio, alternando bons e, principalmente, maus momentos. No último quarto do jogo 7, uma sequência de erros em chutes de três e em passes colocou em dúvida sua continuidade na NBA. Ninguém discute sua qualidade, mas a pergunta que surge é: ele ainda conseguirá ser útil para uma equipe que busca o título?

O último quarto do último jogo, aliás, resume o clima de despedida do trio. Parker foi relegado ao banco durante boa parte do período e, quando entrou, pouco produziu, caindo na marcação individual de LeBron James. Ginóbili, como já citado, teve erros bobos. Mas é Duncan quem resume: “É difícil engolir que tivemos duas chances de título e não levamos. Errei o arremesso que poderia mudar a história. Tomei más decisões na hora de fechar o jogo. Não consegui parar Wade e LeBron. Esse jogo sete irá me assombrar para sempre”, declarou.

Duncan, conhecido por ser pouco expressivo em quadra, chegou a socar o chão após o erro em uma bandeja quando faltavam cerca de 30 segundos para o fim.

“Chegar tão perto e sentir que você está para agarrar o troféu e depois ver isso desaparecer é muito duro”, disse Ginóbili após o jogo. “É um sentimento muito ruim”, completou.

Mas todos têm o apoio do técnico Popovich, que já declarou que só se aposenta quando Duncan parar. “Eu não poderia amar mais esses caras. O que eles conquistaram neste ano ninguém esperava. Eles mostraram muita força mental e um ótimo jogo para chegar aqui. Não poderia estar mais orgulhoso, disse o comandante dos Spurs.

Se o “grande trio” chega ao seu ocaso, os Spurs tem se preparado nos últimos anos para renovar seu elenco. Danny Green, de 25 anos, e Kawhi Leonard, de 21, se consolidaram como titulares, assim como o brasileiro Tiago Splitter, de 28. Resta saber, porém, se os jovens darão conta de manter no topo uma franquia que se acostumou às grandes glórias graças a uma vitoriosa geração.